Quando na viragem do milénio as produtoras de champanhe francês subiram tanto o preço das garrafas que a procura por rolhas de cortiça caiu mais do que era esperado, a NovaCortiça, pertencente à família de Sandra Correia, viu-se a braços com um problema: demasiada matéria-prima para nenhuns clientes. Sandra dedicava-se à comunicação e marketing da companhia, mas rapidamente viu ali uma oportunidade. Porque não fazer um guarda-chuva com a mesma cortiça que lhes ocupava o espaço?
Do guarda-chuva, em 2002, às trelas e coleiras para gatos e cães, em 2015, foi um “verdadeiro caminho de cabras”, conta a empresária pedindo que não tomemos o termo como pejorativo. Em 2006, a Pelcor nascia como marca independente e em nove anos marca presença em sete países, onde os produtos são vendidos em boutiques seleccionadas. Lojas próprias, para já, só em Portugal. No entanto, Nova Iorque teve direito à primeira concept store da marca, em pleno Soho. Se tudo correr conforme o previsto, a Pelcor USA “vai abrir duas lojas próprias em 2017: uma em Nova Iorque e outra em Los Angeles”, revela Sandra.
Com produção e concepção totalmente nacionais, a empresa quer levar o nome do país mais longe. “Nunca tiraria a Pelcor de Portugal”, garante Sandra, que sublinha a importância “de contribuir para a economia nacional”. Do guarda-chuva às malas – o must have da marca –, de carrinhos de golfe a canetas, de carteiras a coleiras para animais, o grande objectivo da companhia é manter-se na dianteira das tendências. “As nossas designers, sob a direcção da Eduarda [Abbondanza] vão a todas as feiras de moda para estarem a par das últimas tendências. Queremos ser uma marca fashionable.” E de primeira qualidade: da cortiça aos apliques metalizados, passando pelos fechos, tudo “tem de ser da melhor qualidade” para garantir que se mantêm no mercado premium. E sim, até o cão de água português de Barack Obama, Bo, já recebeu uma coleira made in Portugal.