O Dia Mundial do Turismo assinala-se esta terça-feira, 27 de setembro, e a secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços veio referir, em entrevista à agência Lusa, que se a questão do aeroporto estivesse “resolvida já há muitos anos, provavelmente, o turismo seria ainda maior, seria ainda um melhor motor para a economia nacional”.
Sobre a eventual localização do novo aeroporto, a governante opta por não comentar: “Não me apraz fazer qualquer comentário relativamente à localização do aeroporto, aquilo que me apraz dar conta é que precisamos de um aeroporto”.
A secretária de Estado entende que o aeroporto de Lisboa “é um aeroporto saturado”, o que faz com que acabe por perder competitividade face à concorrência, na medida em que o aeroporto não possui a “elasticidade” de outros aeroportos que ainda não têm a sua capacidade esgotada.
“Temos vindo a trabalhar com todas as companhias aéreas”, diz Rita Marques, no sentido de lhes apresentar as várias outras localizações aeroportuárias em Portugal, “mostrando que existem mais-valias em não desistir de Portugal”.
27 mil milhões de euros em receitas turísticas: objetivo de Portugal em 2027.
Sobre a atual situação da TAP, Rita Marques refere que é preciso uma TAP forte: “Se é por via da privatização, se é por via da nacionalização, enfim, a mim não me cabe dar nota de qual é o caminho preferencial, teremos vários colegas de Governo que falarão sobre o tema com muito mais propriedade. A mim só me cabe dar conta de que queremos uma TAP forte, que possa ajudar o nosso turismo, para que possamos ajudar Portugal”.
Para a secretária de Estado, a TAP é uma companhia “fundamental” para o setor do turismo, uma vez que transporta 30% dos turistas que chegam ao país, com expressão nos mercados dos Estados Unidos da América e do Brasil, e, por isso, “há uma preocupação muito grande em manter a excelência do serviço e em garantir que a TAP tem a cobertura adequada”, assinalou à Lusa.
Dormidas e receitas em 2022
Em 2027, o objetivo do país é atingir ou mesmo ultrapassar 27 mil milhões de euros em receitas turísticas, de acordo com o plano “Reativar Turismo I Construir o Futuro”.
Até julho de 2022, as dormidas aumentaram 194,3% (+58,5% nos residentes e +406,2% nos não residentes). Comparando com o mesmo período de 2019, as dormidas decresceram 4,4%, como consequência da diminuição das dormidas de não residentes (-9,4%), dado que as de residentes aumentaram 7,8%.
Relativamente ao período acumulado entre janeiro e julho deste ano, o montante atingido foram 10,8 mil milhões de euros que, face ao período homólogo do ano passado, representou um acréscimo de 205% e face a 2019 de mais 12%.
Mediante esta realidade e ainna no que diz respeito às receitas do turismo, a responsável do governo estima um crescimento entre 4% e 5% este ano relativamente ao ano de 2019.
“O turismo tem vindo a recuperar de uma forma muito vigorosa”, declara a secretária de Estado do Turismo, à Lusa.
Relativamente à falta de mão-de-obra no turismo e aproveitando os acordos de mobilidade assinados com seis dos oito países (além de Portugal) da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), para facilitar a vinda de trabalhadores para o setor turístico, Rita Marques adiantou que há uma deslocação a Cabo Verde agendada para entre 20 e 22 de outubro, que será o “primeiro passo” para incentivar essas contratações.