Trump quer que governo assuma participações em fabricantes de chips. Como reagiram a Nvidia, Intel e Palantir?

A meio desta semana, os mercados internacionais foram surpreendidos com a queda das ações das maiores empresas tecnológicas norte-americanas motivada pelas polémicas intensões de Donald Trump. O presidente dos Estados Unidos tem-se mostrado contra a Chips Act – a Lei dos Chips, e ameaçou revogá-la, pois no seu entender a lei representa dar dinheiro às…
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Apesar de uma pequena quebra no valor das ações a Nvidia continua a ser a empresa mais valiosa da bolsa mundial, a muitos milhões de distância da segunda classificada, a Microsoft. A Palantir tem sido uma das empresas de maior crescimento no mundo.
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A meio desta semana, os mercados internacionais foram surpreendidos com a queda das ações das maiores empresas tecnológicas norte-americanas motivada pelas polémicas intensões de Donald Trump. O presidente dos Estados Unidos tem-se mostrado contra a Chips Act – a Lei dos Chips, e ameaçou revogá-la, pois no seu entender a lei representa dar dinheiro às empresas sem ter retorno desse dinheiro. Assim sendo, segundo um relatório da administração Trump, o governo pode ir buscar uma participação acionista em empresas que receberam subsídios federais ao abrigo desta lei. A CHIPS and Science Act, é uma lei que foi aprovada durante o governo de Joe Biden para impulsionar a produção doméstica de semicondutores, com uma dotação de 280 mil milhões de dólares (cerca de 241 mil milhões de euros) de apoio às empresas.

Apesar desta ligeira quebra, a Nvidia continua a sua ascensão planetária, reforçando a sua posição de empresa mais valiosa do mundo, a uma larga diferença da segunda classificada, a Microsoft.

Nvidia, Intel e Palantir, três das grandes tecnológicas norte-americanas, ressentiram-se, na passada quarta-feira, das declarações do secretário do Comércio, Howard Lutnick, segundo o qual o governo está de olho na Intel. Isto depois de a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, ter já dito anteriormente que o governo Trump estava em discussões para adquirir potencialmente 10% do capital da empresa, participação avaliada em cerca 10,4 mil milhões de dólares (cerca de 8,9 mil milhões de euros), o que tornaria os EUA o maior acionista da fabricante de chips. Segundo a Forbes internacional, as ações da Intel caíram 7%, as da Palantir caíram 5% e as da Nvidia caíram 2%.

Nvidia reforça posição de empresa mais valiosa do mundo

Apesar desta ligeira quebra, a Nvidia continua a sua ascensão planetária, reforçando a sua posição de empresa mais valiosa do mundo, a uma larga diferença da segunda classificada, a Microsoft. Assim, o valor de mercado na Nvidia, liderada por Jensen Huang, um dos homens mais ricos do mundo, é atualmente de cerca de 4,27 biliões de dólares (cerca de 3,7 biliões de euros), seguida da Microsoft a valer 3,75 biliões de dólares (cerca de 3,24 biliões de euros). São apenas 11 as empresas mundiais a passarem a fasquia do bilião de dólares de valor de mercado, da quais nove são norte-americanas. As exceções são a Saudi Aramco, petrolífera da Arábia Saudita, que vale 1,53 biliões de dólares (cerca de 1,32 biliões de euros) e a TSMC, de Taiwan, avaliada em 1,18 biliões de dólares (cerca de 1,02 biliões de euros).

Os analistas da XTB referem que a Palantir cresceu aproximadamente 3.000% em menos de três anos entrando assim para o top 25 das maiores empresas do mundo. 

No setor dos semicondutores, o destaque vai para a Palantir, empresa avaliada atualmente em 370,5 mil milhões de dólares (cerca de 319 mil milhões de euros) e que já ocupa a posição 25 no ranking mundial das empresas mais valiosas. A companhia valorizou cerca de 380% no último ano, seguido os dados do site Companies Market Cap. Aliás, em setembro de 2020, a empresa valia 4,72 mil milhões de dólares (cerca de 4 mil milhões de euros), tendo protagonizado uma das maiores subidas de valor de sempre.

Segundo a análise da XTB, plataforma de investimento online, a companhia, cujo nome é inspirado na pedra que tudo vê do Senhor dos Anéis, é uma das histórias mais interessantes do mercado de ações dos últimos anos. “Esta empresa fornece plataformas de análise de dados para várias agências governamentais e de segurança, especialmente americanas, e é considerada por muitos como a nova empresa de armamento do século XXI, uma vez que possui uma vantagem relativamente aos seus concorrentes: possui autorizações governamentais para trabalhar com informações confidenciais”, pode ler-se na análise. Os analistas da XTB referem que a empresa cresceu aproximadamente 3.000% em menos de três anos entrando assim para o top 25 das maiores empresas do mundo, com uma capitalização de mercado superior, por exemplo, à da alemã SAP, da sul-coreana Samsung, da americana Coca-Cola ou da holandesa ASML.

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