No mundo dos negócios, os cenários de crise geram boas oportunidades. O exemplo vem da CATE, empresa portuguesa que nasceu em plena crise pandémica da Covid-19, com um negócio que está a dar vida às casas de muitos portugueses neste período de confinamento, através do serviço de organização e home styling online.
O serviço prestado pela jovem empresa passa por redecorar, reorganizar o espaço da casa e fazer com que seja mais fácil confinar enquanto se trabalha e se tem os filhos de um lado para o outro no interior da residência.
Catarina Alves, criadora da CATE, confirma à FORBES que viu na crise, provocada pelo novo coronavírus, uma oportunidade para oferecer às famílias, em tempo de confinamento que Portugal atravessa, serviços de arquitetura e design de interiores de residências.
“Trata-se de um negócio em que o maior investimento foi e tem sido o tempo. Tempo para registar o negócio, organizar e publicar conteúdos que permitam dar a conhecer os serviços da marca nas redes sociais e tempo para atender as famílias que têm procurado os nossos serviços”.
Com uma carteira de clientes particulares, Catarina Alves conta que no atual contexto tudo depende, sobretudo, de um computador e boa ligação à internet. “Logicamente que isto não substitui a visita e o acompanhamento físico às obras. No entanto, grande parte das reuniões podem hoje ser feitas à distância com toda a segurança. Para além disso, a maior parte dos projetos são entregues em formato digital”, acrescenta a empreendedora.
Catarina explica que, no fundo, trata-se de uma assessoria que culmina com a entrega de um projeto em planta e um documento com sugestões para o cliente, sendo que as necessidades podem ser as mais distintas. “Alguém que de momento está em casa, mas pretende dar uma nova vida àquele escritório mal aproveitado, quem gostava de ter um canto de brincadeira para os mais novos na sala sem que isso interferisse com as atividades da restante família, ou até quem pretende aproveitar o confinamento para decorar a sua casa de férias”, esclarece.
Precisa que, através do site ou do Instagram, podem ser solicitados os serviços, indicar a necessidade e, por fim, enviar elementos que permitam conhecer o espaço virtualmente (fotografias, plantas, medidas). Depois de juntos os elementos e de reunir virtualmente com o cliente, detalha, é preparado um documento/guia composto por desenhos técnicos, sugestões e imagens de referência.
Um negócio que nasce do sonho pessoal
A CATE, enquanto marca, nasceu em 2020. Mas tudo começa dois anos antes, quando Catarina Alves decide projetar e construir de raiz a sua própria casa.
“A Arquitetura sempre fez parte da minha vida. No entanto, em termos profissionais, os últimos anos foram dedicados principalmente à área do merchandising cultural e do retail design. Foi o processo de construção e decoração da minha casa que despertou a vontade de criar uma marca direcionada para a arquitetura, para o design de interiores e lifestyle. Assim nasceu a Cate”, narra.
Presente apenas no mercado português, o impacto da Covid-19 não foi negativo para o negócio. “O contexto pandémico que vivemos no último ano, e que ainda perdura, fez com que todos abrandássemos o ritmo e tivéssemos mais tempo e espaço para pensar em projectos pendentes. Por outro lado, mais do que nunca fomos obrigados a ficar confinados em casa. Casa esta que passou a ser também escola, ginásio, sala de recreio, sala de conferências, escritório, isto tudo para além do programa habitual que lhe está adjacente. Por este motivo foi e é premente cuidar, pensar e valorizar o espaço que habitamos”, justificou.
Catarina refere que apesar do contexto adverso a que todos assistimos, as perspetivas são positivas, “porque se existe setor que continua a trabalhar é o da construção e da arquitetura”. Mas, avança, por enquanto o foco é nacional, mas não descarta eventuais oportunidades externas que possam eventualmente surgir.