Se a percentagem de mulheres em empregos tecnológicos duplicasse até 2027, o PIB da União Europeia (UE) poderia aumentar 600 mil milhões de euros. Esta é uma das principais conclusões do relatório “Women in tech: The best bet to solve Europe’s talent shortage” da McKinsey & Company de janeiro de 2023.
Quando falamos de ter mais mulheres em empregos TIC estamos a falar de igualdade, mas estamos sobretudo a falar de desenvolvimento social, de uma sociedade economicamente mais competitiva, de fazer a transformação digital com elas e para elas. De fazer a passagem para o digital de empresas e projetos que mulheres e homens criam, e o empreendedorismo feminino em Portugal veio para ficar. Somos o 6º país do mundo com mais mulheres empresárias e quando elas criam um projeto sabem a importância de ter uma presença no digital.
Quando se inicia um projeto on-line (e será possível haver projetos hoje sem terem uma presença digital?) é muito importante saber como o fazer para que o mesmo seja forte, garanta os objetivos do negócio e chegue ao público que se pretende alcançar.
A escolha de um nome de domínio é como escolher o nome de uma empresa ou de uma pessoa. É um processo que parece simples, mas é essencial e vai ser o nome pelo qual nos conhecem e reconhecem. Assim como a morada física, o nome de domínio é o endereço digital que permite que cheguem até nós. É, por isso fundamental saber escolher.
Deve ser facilmente entendível, não usar palavras que podem ser escritas de várias formas, com números, caracteres especiais, traços, muito extensas, difíceis de memorizar.
Na dúvida, simplifique-se, até porque o acesso ao mundo digital é feito maioritariamente via telemóvel (93,7% dos utilizadores em Portugal) e importa que o utilizador não tenha de percorrer muitos passos no seu teclado virtual para escrever o nome do site a que quer aceder.
Conforme o mais recente Estudo da Economia Digital da ACEPI – https://digitalemportugal.pt/ – 87% das empresas portuguesas, e aquelas que são lideradas por mulheres, optam por um domínio em .pt e a credibilidade, segurança e confiança são as razões que levam a esta escolha.
Para além disso é uma aposta na identidade portuguesa, a marca de Portugal na Internet, um símbolo do melhor da portugalidade, com inovação e modernidade.
Com uma presença na Internet em .pt contribuímos cada uma e cada um de nós para um Portugal que se quer mais digital em prol das pessoas.
Só com os valores da igualdade – onde se inclui a igualdade de género -, transparência e democracia poderemos fazer a transformação para o digital potenciador da redução de desigualdades porque a economia assim o exige. A aposta da igualdade de género nas TIC é fundamental para o desenvolvimento e mesmo a sobrevivência económica de Portugal e da Europa. É o que se assume na Bússola Digital 2030 da União Europeia: uma população digitalmente qualificada e profissionais digitais altamente qualificados; O Pilar Europeu do Plano de Ação dos Direitos Sociais projeta como objetivo que 80% da população adulta tenha adquirido pelo menos competências digitais básicas em 2030, sendo que para além deste objetivo, a Comissão Europeia pretende ainda que em 2030 existam 20 milhões de especialistas em TIC empregados na União Europeia, com convergência entre mulheres e homens. Gostava de ver Portugal liderar neste último objetivo. Estamos a dar passos importantes, tendo já ultrapassado a média europeia em 2022.
Advisory Board Member da Women In Tech Portugal e Presidente do Conselho Diretivo do .PT