O patriarca de Lisboa assinala hoje com celebrações na Igreja de São Domingos e na Sé de Lisboa o início do Jubileu da Igreja Católica, considerado um “ano santo” dedicado ao tema da esperança.
A abertura solene do Ano Jubilar no Patriarcado de Lisboa tem início às 15:00 na Igreja de São Domingos, seguida de uma procissão até à Sé Patriarcal, onde irá decorrer, pelas 17:00, a abertura das portas do edifício como santuário jubilar, terminando com uma eucaristia presidida pelo patriarca de Lisboa, Rui Valério.
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A diocese de Lisboa apresentou em outubro um programa de celebrações religiosas ao longo de 2025, numa estratégia para “promover a esperança” num “tempo de ameaça”.
O Jubileu é uma festa da Igreja Católica, realizada a cada 25 anos, que junta várias celebrações para assinalar a fé e responder aos desafios de cada época.
Na véspera de Natal, o Papa Francisco assinalou, com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro, o início do Jubileu da Igreja Católica, que deverá atrair cerca de 32 milhões de peregrinos a Roma.
Este é o primeiro jubileu ordinário do Papa Francisco, que cumpre agora a tradição de, a cada 25 anos, celebrar um “Ano Santo” dedicado a “consolidar a fé e a solidariedade”, durante o qual a Igreja concede indulgências ou o perdão dos pecados.
Francisco dedicou o Jubileu de 2025 ao tema da esperança e sublinhou essa mensagem quando abriu a Porta Santa na quinta-feira na prisão de Rebibbia, em Roma, numa tentativa de dar aos reclusos a esperança de um futuro melhor.
A abertura do Ano Jubilar para todas as dioceses do mundo aconteceu este domingo, 29 de dezembro, com a abertura da Porta Santa da Basílica de São João de Latrão, em Roma, por parte do vigário geral do Papa para a Diocese de Roma e arcipreste da Basílica de São João de Latrão, cardeal Baldo Reina.
No momento da apresentação do programa em Lisboa, o patriarca afirmou que se assiste a uma “cultura de ameaça que pende um pouco transversalmente em toda a sociedade”, recordando a pandemia, os conflitos no mundo ou o “famigerado perigo das armas nucleares”, entre vários temas e apontando a “perda de um certo equilíbrio social” que existia no passado recente.
Atualmente, “tudo tem de ser no extremo”, com uma “bipolarização” que vem “exacerbar o individualismo subjetivista” da sociedade, disse.
Por isso, o patriarcado propõe, na sequência das indicações do Papa, um “jubileu da esperança” como “estratégia que a Igreja propõe e abraça para vir ao encontro deste mundo e desta sociedade”.
O jubileu em Lisboa começa hoje e termina em 28 de dezembro de 2025 e durante este período estão previstas celebrações regulares temáticas, encontros com setores católicos e uma reunião ecuménica.
O último ano jubilar foi em 2000. João Paulo II era, então, o Papa.
O ponto alto do jubileu na capital portuguesa será em 30 de maio, nos jardins do Casino do Estoril, num evento que pretende juntar milhares de fiéis. Os eventos serão divulgados no endereço online https://jubileu2025.patriarcado-lisboa.pt.
De acordo com o Vatican News, foi o Papa Martinho V, em 1423, que abriu a Porta Santa pela primeira vez na história dos anos jubilares. Naquela ocasião, o pano de fundo foi a Basílica de São João de Latrão. Na Basílica do Vaticano, a abertura da Porta Santa foi registada pela primeira vez no Natal de 1499. O Papa Alexandre VI queria que ela fosse aberta não apenas em São João de Latrão, mas também nas outras basílicas romanas.
Bispo de Setúbal pede aos deputados que considerem uma amnistia no próximo ano
O bispo de Setúbal, Américo Aguiar, exortou hoje os parlamentares portugueses a equacionarem uma amnistia no contexto do Jubileu de 2025 da Igreja Católica e do 50.º aniversário do 25 de Abril.
Numa mensagem escrita com o título “Esperança e Misericórdia”, o bispo de Setúbal lembra a amnistia em torno da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que decorreu em Lisboa em 2023 com a presença do Papa Francisco e deixa um pedido.
“A amnistia em torno da JMJ Lisboa 2023, ao contrário do desejado, ficou infelizmente a marcar negativamente tantas irmãs e irmãos. Peço, exorto aos nossos ilustres parlamentares que possam refletir e equacionar uma amnistia no contexto deste Jubileu Universal e dos 50 anos da Democracia”, refere Américo Aguiar.
O bispo de Setúbal fala da bula de proclamação do Jubileu 2025 que defende uma amnistia para os presos, como sinal de “esperança”, e cita o Papa Francisco.
“Disse-nos o Papa Francisco: proponho aos governos que, no ano Jubilar, tomem iniciativas que restituam esperança aos presos. Formas de amnistia ou de perdão da pena, que ajudem as pessoas a recuperar a confiança em si mesmas e na sociedade; percursos de reinserção na comunidade, aos quais corresponda um compromisso concreto de cumprir as leis”, lê-se na mensagem.
Antes, o bispo de Setúbal dirige-se às instituições particulares de solidariedade social, às Misericórdias e repete a palavra “todos, todos, todos”, dita pelo Papa em Lisboa por ocasião da JMJ, para fazer outro apelo: “sendo económica e financeiramente possível perdoem dívidas pessoais/individuais”.
“Anúncio o perdão de todas as dívidas pessoais à diocese de Setúbal até à data de hoje. O mesmo peço a todas as instituições com nossa tutela direta ou indireta (…). O mesmo farei a título pessoal e vos convido e exorto, irmãs e irmãos, mulheres e homens de boa vontade, perdoemos as dívidas pessoais”, acrescenta.
A diocese de Setúbal vive um duplo ano jubilar: o Ano Santo de 2025 e 50 anos da criação da diocese (1975/2025).
com Lusa