A APESPE-RH – Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e de Recursos Humanos e o ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa) acabaram de divulgar os barómetros do trabalho temporário relativos aos meses de outubro, novembro e dezembro de 2022, bem como a análise global de 2022. Segundo este estudo, em 2022 registou-se um total de 416.419 colocações de trabalho temporário, o que representou um crescimento de 7% quando comparado com o ano transato.
Relativamente ao Índice de Trabalho Temporário, que mede o rácio entre as pessoas colocadas num determinado mês e as pessoas colocadas no mesmo mês do ano anterior, subiu ligeiramente no mês de outubro, fixando-se nos 1,09, mas voltou a estabilizar nos últimos dois meses do ano passado, situando-se nos 1,04. No global houve um aumento do número de colocações no último trimestre de 2022 face a igual período do ano anterior, tendo este crescimento atingido os 5,9%, embora tenha existido um decréscimo de 3,4% face às colocações de trabalho temporário face ao terceiro trimestre de 2022. Este facto pode explicar-se por existirem mais contrações sazonais na época do verão.
A evolução global do número de contratações em 2022 é muito positiva e Portugal está em linha com a recuperação de alguns dos países europeus
Afonso Carvalho, presidente da Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e Recursos Humanos (APESPE-RH), refere, em comunicado, que “a evolução global do número de contratações em 2022 é muito positiva e Portugal está em linha com a recuperação que alguns dos países europeus têm protagonizado”. Para este responsável, os últimos dois anos foram muito impactados pela pandemia, mas, neste momento, já se pode afirmar que grande parte dos associados já está em níveis pré-pandemia. “Assim, não é de estranhar que o número de trabalhadores contratados tenha aumentado consideravelmente, apesar de neste último trimestre verificarmos uma estabilização em relação aos anteriores”, diz Afonso Carvalho. Adianta ainda que é igualmente importante reforçar que este barómetro continua a apontar o trabalho temporário como uma porta de entrada ou de reentrada no mercado de trabalho para trabalhadores com baixa escolaridade e idades acima dos 45 anos.
Menos temporários do género feminino no fim do ano
Segundo a análise deste barómetro, e caracterizando o perfil dos trabalhadores temporários no último trimestre do ano, verificou-se uma ligeira diminuição na contratação de pessoas do género feminino em novembro e dezembro. Por distribuição etária, no último trimestre, entre 27% e 28% dos colocados têm idade média acima dos 40 anos, sendo o ensino básico o nível de escolaridade predominante (cerca de 63% e 64% respetivamente).
As empresas que mais contrataram este tipo de serviços foram as de fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis, que representam 12% do total. Em segundo lugar ficam as empresas que fornecem refeições para eventos e outras atividades, que representam 8% a 9%. Porém, no mês de outubro, foram as empresas de atividades de apoio prestados às empresas que ocuparam a segunda posição.
Analisando por profissões, destacaram-se neste trimestre a classificação de outras profissões elementares, que se situam entre 26% e 29%, seguindo-se os empregados de aprovisionamento, armazém se serviços de apoio à produção e transportes, com 17% a 18%. Em terceira posição estão os trabalhadores não qualificados da indústria transformadora, que representam entre 9% e 10% do total de contratados.