Wang Xiaokun, fundador e presidente da Cha Panda, entrou para a lista de bilionários depois de uma recente ronda de financiamento ter avaliado a sua cadeia de chá chinesa em 2,1 mil milhões de dólares.
Wang, 40 anos, tem atualmente um património líquido de 1,1 mil milhões de dólares, de acordo com as estimativas da FORBES. A sua fortuna baseia-se numa participação de cerca de 60% na cadeia de bebidas Cha Panda, sediada em Chengdu, que se expandiu rapidamente nos últimos três anos, contando atualmente com uma rede de mais de 7.000 lojas.
As bebidas de assinatura da cadeia incluem sagu de manga e pomelo, chá de bolhas de taro e chá verde com leite de jasmim, a maioria das quais com preços iguais ou inferiores a 3,60 dólares.
A mulher de Wang, Liu Weihong, também acumulou uma fortuna considerável de 700 milhões de dólares com base na sua participação de 33% na empresa. Liu preside a um comité de supervisão e é responsável pelo controlo das operações diárias da Cha Panda, de acordo com um prospeto preliminar apresentado à Bolsa de Valores de Hong Kong.
A Cha Panda já permitiu aos seus acionistas enriquecer, mas os planos de crescimento da companhia poderão fazer aumentar ainda mais a conta bancária de Wang e Liu Weihong.
Para isso foi realizada uma ronda de financiamento da Cha Panda, que terminou em junho, viu as suas ações serem vendidas por 13,2 yuan (1,8 dólares) cada uma a investidores que incluíam a CICC, a Orchid Asia e a Shanghai Loyal Valley Investments.
A empresa ainda não revelou quaisquer outros pormenores sobre a sua oferta pública inicial, incluindo o calendário e a dimensão. Segundo os analistas, a Cha Panda precisa de novos financiamentos para abrir mais lojas e manter o ritmo no mercado chinês de bebidas à base de chá, que é extremamente competitivo.
“Quando se trata de beber chá com leite, as pessoas não são de todo leais e escolhem sempre entre várias marcas”, afirma Jason Yu, diretor-geral da Kantar Worldpanel Greater China, com sede em Xangai. “Por isso, quem tiver mais lojas tem mais hipóteses de ser visto pelos consumidores, bem como de obter uma parte maior dos seus gastos.”
Origens da empresa
As origens do Cha Panda remontam a 2008, quando Wang começou a vender fruta e chá de bolhas (Bubble Tea) numa pequena loja perto de uma escola na cidade de Chengdu, no sudoeste da China, que é conhecida pela sua cozinha picante e também por ser o lar de pandas gigantes.
Ao longo da década seguinte, Wang conseguiu fazer crescer a rede de lojas da Cha Panda para 531 em 2020, mas o negócio arrancou realmente quando adotou um modelo de franchising.
Atualmente, a estratégia do Cha Panda consiste em desenvolver as receitas das suas bebidas e, em seguida, vender os ingredientes, como fruta e folhas de chá, às lojas de bebidas com a marca Cha Panda. Ao fazê-lo, Wang consegue manter os custos da cadeia mais baixos do que os dos seus rivais, como a Nayuki Holdings, cotada em Hong Kong, que tem de gastar mais em salários dos empregados e em despesas de aluguer das suas lojas geridas diretamente.
O número total de lojas com a marca Cha Panda aumentou para 7117 em agosto deste ano e, segundo o prospeto da empresa, no primeiro trimestre, apenas seis dessas lojas estavam sob a sua gestão direta.
No ano passado, a Cha Panda conseguiu gerar 580,3 milhões de dólares em receitas, mais 16% do que no ano anterior. Os lucros da empresa aumentaram 24% para 132,3 milhões de dólares. Foi a terceira maior loja de chá em vendas a retalho na China, de acordo com a investigação da Frost & Sullivan, citada no prospeto.
Para aumentar a notoriedade da sua marca entre os consumidores mais jovens, a empresa patrocina também festivais de música e outros eventos culturais offline para complementar as suas campanhas promocionais online.
Em junho, a Cha Panda demonstrou o seu apoio à Base de Investigação de Criação de Pandas Gigantes de Chengdu, adotando um dos pandas gigantes da instalação, de acordo com um comunicado de imprensa emitido pelo centro.
Mas, em última análise, o sucesso resume-se ao controlo dos custos e à oferta de produtos com uma boa relação qualidade-preço, afirma Yu, da Kantar Worldpanel. “Os consumidores prestam mais atenção aos custos, uma vez que as marcas de chá de leite não se diferenciam realmente umas das outras”, afirma. “Os produtos são semelhantes, pois são todos uma mistura de chá com outros ingredientes, como a fruta”.
FORBES Internacional/ Yue Wang