O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, manifestou hoje “profundo pesar” pela morte de Teresa Caeiro, notando que a ex-deputada deixa “uma marca de humanismo” na democracia portuguesa.
“Histórica deputada, Secretária de Estado e Vice-Presidente do Parlamento, deixa na nossa democracia uma marca de humanismo, assertividade e elevação pessoal que todos reconhecem”, lê-se na conta da rede social X da Assembleia da República.
A ex-deputada do CDS-PP morreu aos 56 anos. Foi encontrada sem vida em sua casa.
A notícia da morte de Teresa Caeiro foi avançada na quinta-feira à noite pelo jornal Expresso.
Várias reações
João Almeida, deputado do CDS-PP, confirmou a morte de Teresa Caeiro durante um espaço de comentário na quinta-feira à noite no canal Sic Notícias: “Bateu-se sempre por causas sociais, é uma grande amiga que parte. Deixo uma homenagem à Teresa, que é mais do que justa”, vincou.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou, numa mensagem divulgada na página da Presidência na quinta-feira à noite, que “Teresa Caeiro deixa uma enorme saudade do seu contributo ao serviço do país e do trato sempre afável”, lamentando “profundamente o desaparecimento precoce”.
“Neste momento de perda, o Presidente da República envia à Família e aos amigos as mais sentidas condolências”, pode ler-se.
O líder do grupo parlamentar do CDS-PP, Paulo Núncio, lembrou que Teresa Caeiro era uma pessoa “extraordinariamente generosa, que exerceu sempre cargos políticos com enorme dedicação, enorme sentido cívico e de serviço público”.
“Também conhecida por Tegui deixa muitas saudades. Entregou grande parte da sua vida à causa pública (…). Apesar de ser coerente politicamente, era muito respeitada por todos os quadrantes políticos, por todos os partidos. Merece ser recordada como alguém que fez bem a Portugal, e que serviu com grande generosidade”, vincou Paulo Núncio à agência Lusa.
Também o antigo presidente da Assembleia da República Eduardo Ferro Rodrigues manifestou à Lusa estar chocado com a notícia da morte de “uma amiga”.
“[Foi] Uma vice-presidente que sempre honrou o Parlamento, envio um abraço a toda a sua família. Até sempre, Teresa”, salientou o socialista, que foi líder da Assembleia da República quando Teresa Caeiro ocupava a vice-presidência.
Trajeto político
Formada em Direito pela Universidade de Lisboa, já no final dos anos 1990 o líder do CDS-PP, Paulo Portas, chamou Teresa Caeiro para assessora jurídica do grupo parlamentar dos democratas-cristãos na Assembleia da República, sendo depois chefe de gabinete do mesmo grupo parlamentar, de acordo com a sua biografia.
Em 2002 foi eleita deputada pela primeira vez, tendo sido nomeado no mesmo ano para o cargo de governadora civil de Lisboa.
Integrou, em 2003, o Governo liderado por Durão Barroso, assumindo o cargo de secretária de Estado da Segurança Social, e, mais tarde, no executivo de Pedro Santana Lopes, foi Secretária de Estado das Artes e dos Espectáculos.
Foi vice-presidente da Assembleia da República em três legislaturas (X, XI e XII).
Em julho último anunciou em entrevista à Antena 1 a desvinculação do CDS-PP, após 30 anos de militância.
“O projeto partidário do CDS não evoluiu, não inovou, não tem identidade própria e, francamente, não me mobiliza”, alegou a antiga secretária de Estado.
Tudo indica que ia integrar a Comissão Política da candidatura de Marques Mendes a Presidente da República.
Teresa Caeiro era sobrinha-neta de Mário Cesariny. Foi casada com o professor e investigador Vasco Rato (com quem teve um filho, agora com 19 anos). Também esteve casada durante seis anos com Miguel Sousa Tavares, tendo-se divorciado em 2018.
O Jornal de Notícias avança que a antiga deputada foi encontrada sem vida em casa pelo filho esta quinta-feira.
com Lusa