O tenista sérvio Novak Djokovic, de 36 anos, isolou-se este domingo como recordista masculino de títulos do Grand Slam, com um total de 23, ao sagrar-se campeão de Roland Garros pela terceira vez, com um triunfo em três sets frente ao norueguês Casper Ruud, de 24 anos.
Finalista derrotado na terra batida parisiense no ano passado, Casper Ruud, nº 4 mundial e campeão do último Estoril Open voltou a perder no encontro decisivo de Roland Garros, desta feita frente ao sérvio que se impôs por 7-6 (7-1), 6-3 e 7-5, em três horas e 14 minutos.
Djokovic, terceiro do ranking mundial e campeão do Open da Austrália no início da época, juntou o título deste domingo aos conquistados no ‘major’ francês em 2016 e 2021, e desempatou com o espanhol Rafael Nadal no número de troféus do Grand Slam, isolando-se com 23.
Este mais recente triunfo de Novak Djokovic tem, contudo, outra particularidade: o tenista afirmou, há duas semanas, que um pequeno adesivo colado no peito, alimentado por “nanotecnologia”, é o segredo do seu sucesso no campo.
Djokovic foi visto pela primeira vez com um misterioso penso metálico colado ao corpo durante um jogo da segunda ronda do Open de França contra Marton Fucsovics, no final de maio.

Mais tarde, Djokovic disse aos jornalistas que o adesivo utiliza “nanotecnologia incrivelmente eficiente” para o ajudar a dar o seu melhor em campo e que, sem ele, “provavelmente não estaria aqui sentado”.
A estrela do ténis acrescentou que estava a tentar “imitar” o super-herói da Marvel, Homem de Ferro (Iron Man/Tony Stark), dizendo que gostava muito da personagem quando era criança.

A Tao Technologies, uma empresa italiana que vende o “TaoPatch” usado por Djokovic, afirmou no Twitter que o pequeno disco é “ativado pela luz solar e pelo calor do corpo” e que os seus “nanocristais emitem fotões para o corpo, proporcionando vários benefícios para a saúde”.
No seu sítio Web, a empresa afirma que o TaoPatch “nutre o corpo com comprimentos de onda de luz terapêutica, sem efeitos secundários ou a libertação de quaisquer químicos”.
Para apoiar as suas afirmações, a empresa aponta para um estudo publicado na revista médica Minerva Medica, embora o resumo citado apenas mencione resultados preliminares.
O que não se sabe é se Djokovic tem um acordo de patrocínio com a empresa ou é simplesmente um consumidor do produto.
O site de retalho da empresa nos EUA afirma que está atualmente no “processo de registo junto da FDA”, mas diz que isto “pode levar meses a finalizar”.
A FORBES contactou a FDA para comentar o assunto. O sítio Web refere que vende duas versões do adesivo, o TaoPatch Start e o TaoPatch Sport (usado por Djokovic). No entanto, apenas o TaoPatch Sport está à venda no site – por cerca de 266 dólares (249 euros) – mas a descrição do produto refere-se a ele como o TaoPatch Start.
Criticado anteriormente
Djokovic já foi alvo de críticas por promover modas de bem-estar e pseudociência. Ficou conhecida a sua oposição à vacinação da COVID-19 e recusou-se mesmo a tomar a vacina, o que o fez perder vários torneios importantes, incluindo dois Grand Slams no ano passado – o Open da Austrália e o Open dos Estados Unidos.

Numa entrevista à BBC, em 2022, Djokovic disse que, como “atleta profissional de elite”, analisa cuidadosamente tudo o que consome – incluindo alimentos e suplementos – e, com base nas informações de que dispõe, optou por não ser vacinado.
Djokovic também segue uma dieta sem glúten há mais de uma década, devido à sua alegada intolerância. Mas a forma como chegou a essa conclusão foi alegadamente baseada num teste não científico efetuado por um médico, durante o qual lhe foi pedido que segurasse um pedaço de pão enquanto a sua força era testada.
Siladitya Ray/Forbes Internacional