No último relatório acerca das tendências para 2022, a plataforma de análise do mercado de inovação Springwise destacou a jovem marca portuguesa Ownever como uma das referências da tendência “Lifecycle Luxury”.
Com a sua abordagem de providenciar serviços de reparação, não apenas às suas malas, mas também às de outras marcas de luxo, a marca Ownever, lançada em março deste ano, figura já como referência nesta nova tendência, que visa prolongar o ciclo de vida dos produtos de luxo.
Nesta menção, a marca Ownever encontra-se entre as marcas internacionais Rubelli, Levis e Miu Miu, como o exemplo a seguir pela sua aproximação à sustentabilidade e ao Slow Fashion.
A Ownever é uma empresa de artigos de couro de luxo está a procurar reduzir o desperdício de moda, oferecendo manutenção vitalícia para as suas bolsas e outras marcas.
A Ownever fabrica bolsas de couro de luxo com o slogan, “desacelere, faça melhor e seja justo”.
A marca sempre ofereceu reparações nas suas próprias bolsas, mas recentemente começou a oferecer reparações em bolsas de outras marcas, até mesmo malas. A empresa pode mudar a cor, consertar as alças, remover qualquer molde, arranjar cantos gastos, eliminar manchas de couro, entre outros defeitos.
Ainda dentro desta tendência de uma moda mais sustentável, a Springwise destaca ainda na sua análise outros dois casos. O da casa de tecidos italiana Rubelli, que tem parceria com marcas de moda de alta qualidade, como Armani, anunciou recentemente uma nova linha de tecidos ecológicos feitos inteiramente de materiais naturais.
Outros exemplos
Outro caso é o da Miu Miu que fez parceria com a Levi’s para uma coleção (“Levi’s x Miu Miu”) que reimagina as clássicas Levi 501s e blusões de ganga das décadas de 1980 e 1990 como peças de luxo. Os blusões são enfeitados com adições de luxo, como bordados diamantados, cristais e pérolas, recebendo novos preços. A iniciativa promove o conceito de upcycling – em que produtos antigos ganham uma nova vida através de uma reformulação.
O desperdício está no cerne da moda. Mais de 35% de todos os materiais na cadeia de abastecimento da moda acabam como lixo antes mesmo de uma roupa ou produto chegar ao consumidor, e a indústria contribui com cerca de 8% das emissões globais de carbono.
Nos últimos anos, o movimento “slow fashion” tem ganho impulso ao destacar todo o ciclo de vida de uma roupa – desde o tratamento ético dos trabalhadores até à redução do desperdício e da poluição e reaproveitamento do que eles possuem.