A proporção de empresas que reportam mais utilização média dos seus edifícios de escritórios (entre 41% e 80%) aumentou para os 61% em 2024, quando comparado com os 48% de 2023. A conclusão é de um estudo da consultora imobiliária CBRE, designado de 2024 European Office Occupier Sentiment Survey, realizado com recurso a inquéritos realizados a cerca de 120 empresas europeias. Também a proporção dos colaboradores que vão ao escritório três ou mais dias por semana aumentou para 43%, o que compara com os 37% de 2023. No entanto, o mesmo estudo conclui que, ainda assim, o trabalho híbrido se consolidou.
Segundo este research os esforços das empresas em trazer as equipas de volta ao escritório está a gerar os seus frutos, sentindo-se agora a tendência inversa à dos últimos anos: a do crescimento do trabalho remoto. Apesar da maior dinâmica e dos níveis mais elevados de frequência nos escritórios, a CBRE espera que haja ainda uma maior consolidação.
Segundo este estudo, 57% das empresas inquiridas planeia diminuir a sua pegada imobiliária nos próximos três anos, o que advém do facto das empresas maiores terem espaço excedente e assim conseguirem reduzir os seus custos com imóveis.
A proporção de empresas que reportam uma utilização abaixo dos 41% caiu, passando de cerca de metade em 2023 para apenas um terço das empresas a reportar esta utilização do espaço.
As empresas com mais de cinco mil funcionários são as que estão a alcançar uma maior taxa de retorno ao escritório, já que cerca de dois terços deste grupo reportam uma utilização superior a 41%. Segundo o estudo da CBRE esta situação resulta da dinâmica natural e dos esforços de implementação de políticas de presença, bem como do aumento da sua atividade. Apesar de a proporção de colaboradores com presença física nos escritórios – com três ou mais dias por semana – ter aumentado para 43%, as lideranças gostariam que este valor se situasse nos 54%.
“O estudo diz-nos que os escritórios estão a regressar à sua vitalidade e, embora muitos considerem os atuais níveis de utilização estáveis, 30% das empresas espera ainda registar aumentos. Vale a pena ressalvar que em 2023, a maioria – mais de 60 % dos inquiridos – afirmava esperar manter as presenças no escritório, tendo-se na realidade confirmado o aumento das mesmas. Isto demonstra de forma clara uma tendência de regresso ao escritório, superando inclusive as expetativas dos gestores”, diz, em comunicado, André Almada, diretor de escritórios da CBRE Portugal.
Empresas mais pequenas também registam melhorias
Ainda que a utilização dos escritórios seja mais baixa nas empresas mais pequenas, estas estão também a registar uma melhoria na taxa de frequência aos espaços empresariais, já que as empresas com menos de 5 mil empregados registaram um aumento de 18% no grupo que visita o escritório em média quatro ou cinco dias por semana.
O estudo demostra que cerca de 76% das empresas possuem algum tipo de utilização de escritório ou modelo de trabalho em vigor, sendo que apenas 40% afirmam que esta é verdadeiramente obrigatória. Cerca de 17% dos trabalhadores afirma que as decisões de comparecer no escritório são tomadas dentro de cada equipa, indicando que não existe uma abordagem de “one size fits all”.
Segundo este estudo, 57% das empresas inquiridas planeia diminuir a sua pegada imobiliária nos próximos três anos, o que advém do facto das empresas maiores terem espaço excedente e assim conseguirem reduzir os seus custos com imóveis. Contudo, esta redução não se aplica a todas, já que 17% planeiam manter o tamanho atual do seu portefólio imobiliário e outras 14% planeiam expandir.
A maior parte das empresas que planeia reduzir o espaço, pretende fazê-lo no fim dos respetivos contratos de arrendamento, porém 58% afirma que pretendem renovar os contratos atuais. “O escritório pode apresentar-se como um showroom da marca, um ponto forte na batalha pelo talento, uma ferramenta para otimizar a produtividade e uma plataforma para reforçar a cultura e a colaboração”, afirma André Almada.