Foi no Education Hub, perto do Parque das Nações, que Chitra Stern nos recebeu, naquele que é o mais recente projeto do Elegant Group, do qual é presidente e cofundadora. Com o marido Roman instalou-se em Portugal há 20 anos e há onze lançou o seu primeiro hotel, o Martinhal Sagres Beach Family Resort, atravessou a crise de 2018 e em 2020, em plena crise desta vez pandémica, inaugura o United International School of Lisbon. Resiliente? “Sim, muito. Já pensei em escrever um ou dois livros. Não é de propósito, mas só prova a nossa resiliência. A nossa geração não viu uma guerra com armas, esta pandemia é a nossa guerra e tivemos, temos, todos de lidar com ela. Decidimos abrir em setembro de 2020, num cenário muito complicado com obras e processo de recrutamento de professores pelo meio. Reavaliamos todo o business plan, descemos as espectativas, mas decidimos abrir portas. Já tínhamos tido a experiência de 2018 e não nos tínhamos dado mal, pelo que decidimos seguir em frente”. E assim foi. No primeiro ano abriram até o 10º ano, no segundo até ao 11º e no terceiro será até o 12ª ano, posicionando-se para um currículo internacional, onde 65% dos professores são estrangeiros e 35% portugueses com experiência além-fronteiras.
“Não pode haver diferenças entre nós, homens e mulheres”
Duas décadas em Portugal resultaram em quatro filhos para Chitra “e uma experiência fantástica. Os diferentes governos por que já passámos são pró investimento estrangeiro. Há sempre a burocracia que é um senão, mas temos de continuar a esforçar-nos para melhorar. Vimos melhorias ao longo destes 20 anos, o Simplex é um programa ongoing e as crises mostram-nos como temos de ser flexíveis e estar preparados para a mudança”.
Na sua ótica temos de abrir portas, “Lisboa é um lugar trendy e os investidores estrangeiros trazem crescimento, emprego… precisamos de mais imigrantes porque contribuem positivamente para a nossa economia e perceber que, se no final do dia a nossa produtividade aumentar, os nossos salários também podem aumentar”.
Pessoas multitasking, essa a transição que devemos fazer, acentua a empresária, assim como um pensamento de longo termo. “As gerações mais novas esperam que as coisas aconteçam já. Mas Roma não foi construída num dia, tudo tem o seu tempo”. Estas e outras máximas transmitidas pelo seu pai, também empresário, e com quem se habituou a ter longas conversas sobre empresariado, ficando a mãe com o lado emocional da educação.
E o facto de ser uma mulher na liderança não a inibe. “Temos de ser fortes e poderosas. Não pode haver diferenças entre nós, homens e mulheres. Não acredito em feminismos extremos. Acredito sim que nos envolvemos e engajamos de forma diferente”.
O artigo completo na edição impressa Forbes fevereiro/março 2022