Para Luís Lima, número um da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), o alojamento local, um dos segmentos que ajudou a dinamizar os centros de cidades como Lisboa e Porto, está parado. E sugere que alguns dos ativos destinados ao alojamento local deveriam passar para o programa de reda acessível promovido pela Câmara Municipal de Lisboa. Luís Lima sublinha que não tem havido uma dinamização do mercado do arrendamento porque se ganhava mais dinheiro com a venda de imóveis, sendo as comissões mais atrativas. Neste momento, “temos de pescar com aquilo que temos e o arrendamento é o único negócio que temos. Existe potencial no mercado interno convertendo os imóveis para arrendamento para a classe média/média baixa”, defende a mesma fonte. Isto sem esquecer que do lado do mercado externo continuam a existir pedidos de informação sobre as oportunidades de arrendamento em Portugal.
O presidente da APEMIP acredita que, no futuro, a área onde o imobiliário “pode ter um melhor desempenho vai ser no segmento residencial”. Isto porque, nas suas palavras com a pandemia e a digitalização, muitas das grandes empresas vão mudar a maneira de trabalhar e há setores que podem deixar de existir. Muitas pessoas vão estar a trabalhar em casa, sendo que as empresas conseguem controlá-las de forma remota e não precisam de estar nos escritórios físicos. “A nível do não residencial, infelizmente, muitos setores vão deixar de existir”, assume Luís Lima.
Face às críticas que a economia nacional está muito dependente do turismo e do imobiliário, Luís Lima garante que não há outra hipótese. “O imobiliário, em três anos, fez entrar no País quase 70 mil milhões de euros, o que corresponde ao valor que Portugal recebeu com o auxílio da troika”, realça a mesma fonte. Por isso, reitera que no há muitos setores no País que têm tanto potencial para crescer e ajudar a economia portuguesa recuperar do que o imobiliário.