Tem 35 anos, uma carreira cheia de sucessos e um legado recheado de recordes e muitos mil milhões de euros. E nada disto parece estar perto de abrandar. Com uma carreira de 19 anos, Swift nunca teve tanto peso económico, cultural e político. Tudo isto faz com que marque presença na lista das 100 mulheres mais poderosas do mundo, da Forbes norte-americana.
Graças ao sucesso recorde da Eras Tour, Swift tornou-se bilionária em outubro de 2023, juntando-se a um pequeno grupo de artistas que conseguiu chegar aos dez dígitos. Um concerto retrospetivo de três horas e meia da sua carreira, a Eras rendeu o dobro do que qualquer outra digressão na história. Foi um recorde de 2 mil milhões de dólares (1,9 mil milhões de euros) em vendas de bilhetes.
A equipa de Swift disse ao The Times que 10.168.008 pessoas assistiram aos 149 espetáculos em seis continentes, o que deu a cada lugar um preço médio de 204 dólares (193 euros), apesar dos preços de revenda elevadíssimos que levaram à venda de alguns bilhetes no mercado secundário por milhares de dólares cada.
Outros recordes que Swift bateu na Eras Tour foram a presença em locais como o Estádio de Wembley, a produção do filme de concerto com maior bilheteira de todos os tempos e o recorde de maior número de dados móveis utilizados durante um concerto isolado.
Tal como na digressão Eras e no filme do concerto, grande parte do poder de Swift advém do seu controlo direto sobre o seu negócio. Mais impressionante, e potencialmente muito mais lucrativa, é a forma como recuperou a propriedade do seu catálogo de canções, regravando álbuns que faziam parte de uma venda de 300 milhões de dólares que Swift alega ter sido efetuada nas suas costas.
O processo começou em 2019, quando surgiu a notícia de que a antiga gravadora de Swift – Big Machine Records, que ela deixou em 2018 – tinha sido vendida a Scooter Braun. A venda deu a Braun os direitos de todas as gravações principais das músicas antigas de Swift, o que significa que qualquer pessoa que quisesse licenciar uma das músicas antigas de Swift teria que pedir permissão a Braun e pagar uma taxa de licenciamento.
Incapaz de controlar este negócio e de recuperar os direitos de todas as suas músicas, quando assinou pela Republic Records no outono de 2018, negociou possuir os direitos autorais de todas as musicas que gravasse daí para a frente. E regravou todas as músicas que tinha sido obrigada a deixar nas mãos de Braun. É por isso que, hoje em dia, os fãs de Swift optam por ouvir as músicas com a nota “Taylor’s version” no nome, garantindo que estão a contribuir para a cantora e não para os bolsos de Scooter Braun.
Além da música
A sua influência junto do público fez com que se tivesse tornado, também, uma arma eleitoral. Adorada por muitos, mas também muito temida por outros.
Fora da política durante grande parte da sua carreira, Swift tem optado por divulgar a sua opinião nestes últimos anos. Nas últimas eleições norte-americanas, por exemplo, declarou o seu apoio a Kamala Harris. A cantora chamou Harris de “líder talentosa e de mão firme” numa publicação no Instagram que mostrava uma foto de Swift a segurar um gato, que foi assinada “Childless Cat Lady”. Uma referência ao vice-presidente eleito de Trump, JD Vance, que usou o termo para se referir aos líderes democratas.
“Tal como muitos de vós, assisti ao debate desta noite”, escreveu Taylor na altura. “Vou votar em [Harris] porque ela luta pelos direitos e causas que acredito que precisam de uma guerreira para os defender. Acho que ela é uma líder talentosa e de mão firme e acredito que podemos realizar muito mais neste país se formos liderados pela calma e não pelo caos.”
O primeiro apoio político de Swift aconteceu apenas em 2018, quando apoiou o candidato democrata ao Senado Phil Bredesen em vez da republicana Marsha Blackburn no Tennessee, onde Swift estava registada para votar na altura, dizendo “isto é algo que sei que está certo e preciso de estar do lado certo da história”. Blackburn acabou por ganhar por pouco menos de 11 pontos.
Embora Bredesen não tenha vencido depois de receber o apoio de Swift, o Vote.org disse que teve quase 65 mil registos de eleitores com idades entre os 18 e os 29 anos nas cerca de 24 horas após a publicação de Swift.
Cerca de dois anos mais tarde, apoiou o Presidente Joe Biden e a sua companheira de corrida Kamala Harris, dizendo à V Magazine que a decisão se devia em parte ao facto de os EUA precisarem de um líder que “reconheça que as pessoas de cor merecem sentir-se seguras e representadas, que as mulheres merecem o direito de escolher o que acontece aos seus corpos e que a comunidade LGBTQIA+ merece ser reconhecida e incluída”.
Swift criticou Trump em agosto de 2020, depois de este ter admitido bloquear dinheiro para o Serviço Postal dos EUA antes das eleições e do impulso democrata para o voto por correspondência, criticando o seu “desmantelamento calculado” desse serviço e dizendo que ele escolheu “fazer batota descaradamente e pôr em risco a vida de milhões de americanos num esforço para se manter no poder”.
Swift acrescentou que a “liderança ineficaz de Trump piorou gravemente a crise em que estamos”, provavelmente referindo-se à pandemia causada pela covid-19.
Presença no desporto
Outra das áreas que conheceu de perto o poder de Taylor Swift recentemente, foi o desporto. Depois de assumir o seu namoro com Travis Kelce, e passar a ser presença assídua nos jogos dos Kansas City Chiefs, quem realmente ganhou foi a NFL.
Ainda antes do Super Bowl na época passada, que os Chiefs venceram, a NFL já anunciava um grande crescimento ligado à presença de Swift nos estádios: eram já ganhos na ordem dos 330 milhões para a liga norte-americana desde que a ligação a Swift surgiu.
(Com Forbes Internacional/Maggie McGrath e Molly Bohannon)