Carlos Moedas volta a insistir para o aumento da taxa turística na capital, em prol dos lisboetas. O presidente da Câmara de Lisboa recalcou a importância da duplicação da mesma – de 2€ para 4€, por noite – para que as receitas destas sejam investidas na limpeza da cidade, eventos culturais, e na criação e manutenção de espaços verdes.
A Câmara Municipal de Lisboa quer duplicar a taxa turística na capital.
Oficialmente chamada de Taxa Municipal Turística de Dormida (TMTD), o seu aumento pode render mais de 80 milhões de euros, por ano, à cidade. Crianças até aos 13 anos, estudantes e bolseiros serão exceções no que toca ao pagamento da mesma. Quem pernoitar em Lisboa para tratamentos médicos também está isento. Carlos Moedas quer alastrar esta isenção para quaisquer hóspedes albergados em empreendimentos turísticos ou estabelecimentos de alojamento local no âmbito de proteção civil ou emergência social.
O autarca defendeu a decisão de aumentar a taxa turística como sendo uma resposta ao crescimento do turismo em Lisboa, que tem registado números recorde nos últimos anos. As autoridades municipais consideram que esta é uma forma justa de “distribuir” os custos associados à manutenção da cidade entre aqueles que mais beneficiam dela. Além disso, espera-se que a medida contribua para um turismo mais sustentável e responsável.
Estudantes e bolseiros também estarão isentos de pagamento da taxa.
Apesar das justificações avançadas por Moedas, que em Abril deste ano fez esta mesma proposta para que fosse discutida e votada em reunião camarária, estas não foram isentas de críticas. A Confederação do Turismo Português e a Associação da Hotelaria de Portugal expressaram preocupações de que o aumento da taxa possa desincentivar os visitantes e afetar negativamente a indústria.
Em resposta, aos representantes do setor do turismo e da hotelaria, o autarca afirmou que a Câmara Municipal de Lisboa acredita que o impacto será mínimo, uma vez que a cidade continua a ser um destino de eleição para os turistas.
Carlos Moedas sublinhou que a medida vai possibilitar a redução dos impostos aos lisboetas, visto que perto de 20% da economia da capital provém do turismo. Segundo Moedas, a ideia não passa por “reduzir o turismo, mas também investir noutras áreas”, avançou o Presidente da Câmara.
“Temos mais ou menos 35 mil turistas [diários] que entram na nossa cidade e esses 35 mil normalmente vão exatamente aos mesmos sítios, vão às mesmas partes da cidade e o que temos de conseguir é novas centralidades”, concluiu Carlos Moedas.