75 mortos, mais de 100 desaparecidos e cerca de 115 mil pessoas desalojadas. São estes os últimos números relativos à tragédia no Rio Grande do Sul, Brasil, devido ao temporal que atingiu a região.
Numa altura em que toda a ajuda é necessárias, um grupo de surfistas conhecidos por enfrentar as ondas grandes da Praia do Norte todos os invernos, reuniu esforços para ajudar nas operações de resgate. Entre eles estão Michelle des Bouillons, Ian Cosenza, Lucas Chumbo e Pedro Scooby, quatro dos surfistas que participaram no último Nazaré Big Wave Challenge.
Os surfistas começaram a receber vários pedidos de ajuda, muito porque estão qualificados para conduzir o jet-ski. Confrontados com as mensagens, não perderam tempo e começaram logo a reunir um grupo. “Já estávamos cientes da tragédia lá, mas a partir do momento em que recebemos pedidos bem próximos entendemos melhor a gravidade de tudo”, conta Michelle à Forbes. A surfista e Ian Cosenza tiveram apenas seis horas no Rio de Janeiro, depois de chegarem de uma surf trip, para organizarem tudo e iniciarem a viagem para o Rio Grande do Sul.
“Chegámos ao Rio por volta da meia noite e às 6 horas já estávamos todos na marina para podermos ir para esta missão. E estamos a ir. Acho que sou a única mulher do grupo, mas independentemente disso estou a ir para ajudar. Não tenho noção do que vamos enfrentar, o que pode vir a mudar as nossas vidas, mas é um pedido de socorro e temos tudo para poder ajudar, para somar, então estamos a ir com tudo. Estamos bem equipados, levamos algumas roupas para doação. O principal foco é salvar e ajudar vidas e famílias”, diz Michelle.
“Era a nossa habilidade que estava a fazer falta, independentemente do equipamento ou qualquer coisa, eles precisavam de pessoas que estavam habituadas a condições extremas e que poderiam vir a ser úteis naquela situação, levando em conta que já tinham várias equipas de resgate de bombeiros, mas ainda estavam a faltar pessoas. Nós deixámos a vida profissional de lado, as carreiras, deixámos tudo para lá e vamos usar a nossa experiência a favor dos seres humanos. Não temos noção do impacto que isto vai ter para nós emocionalmente, mas neste primeiro momento foi o que sentimos que deveríamos estar a fazer. O que podermos fazer para ajudar, vamos estar a postos para ajudar”, conta Ian à Forbes.
O grupo chegou na manhã desta segunda-feira ao Rio Grande do Sul. Nas redes sociais, os surfistas têm partilhado, também, formas de ajudar a região.