O Super Bowl é o jogo final do campeonato da NFL (National Football League), a principal liga de futebol americano dos Estados Unidos, que decide o campeão da época.
Este ano o Super Bowl será disputado no dia 12 de fevereiro no State Farm Stadium em Glendale, Arizona. As equipas finalistas da 57ª edição do Super Bowl são Kansas City Chiefs (que venceram a competição por duas vezes, em 1970 e 2020) e Philadelphia Eagles (vencedor da competição em 2018), que conquistaram, respetivamente, a Conferência Americana e a Conferência Nacional.
Mas o Super Bowl é muito mais do que uma final. É o evento de maior audiência televisiva dos EUA e a segunda final desportiva com mais espetadores televisivos do mundo, atrás da final da Liga dos Campeões da UEFA.
No Super Bowl os milhões de pessoas que assistem à partida, fazem com que este seja o evento anual que apresenta a publicidade mais cara da televisão mundial.
O Super Bowl é um momento único de entretenimento televisivo. Por acaso, também tem um jogo de futebol ameriano pelo meio!
As marcas empenham-se e criam vídeos publicitários específicos para serem exibidos no intervalo, por vezes, verdadeiras grandes produções à procura de serem partilhados abundantemente nas redes sociais, e os patrocinadores desembolsam pequenas fortunas para exibirem os seus filmes promocionais. Em 2015, 30 segundos televisivos no Super Bowl custaram 4,5 milhões de dólares.
O Super Bowl é, igualmente, um momento único para os artistas musicais que nele atuam.
Em Portugal, a edição 2023 será transmitida pela Eleven, a partir das 22,30h, hora de Portugal. O canal estará, de resto, em sinal aberto durante o dia 11 e 12 de fevereiro.
Este ano, o sempre muito aguardado show do intervalo contará com Rihanna, entre outros artistas convidados. Será a primeira performance de Rihanna ao vivo em cinco anos.
Aliás, apresentar-se no espetáculo do intervalo do Super Bowl é uma conquista que define a carreira de qualquer artista – mas também é uma grande oportunidade de marketing, graças aos milhões de espetadores, normalmente fazendo com que as vendas de álbuns e os streams desses artistas disparem.
O Super Bowl Halftime Show atrai mais de 100 milhões de espetadores por ano, oferecendo aos artistas uma enorme plataforma para comercializar a sua música.
Muitos dos artistas mais vendidos do mundo – de Michael Jackson e Prince a Lady Gaga e Beyoncé – já encabeçaram o show, obtendo grandes aumentos nas vendas de álbuns e, nos últimos anos, aumentos de visualizações e compras em plataformas de streaming como Spotify e Apple Music.
Os cabeças de cartaz costumam trazer convidados – como os Coldplay, que convidou Beyoncé e Bruno Mars para dividir o palco em 2016 – que também costumam aproveitar o aumento das vendas após o espetáculo.
Cada atuação musical no intervalo do Super Bowl é um espetáculo ao mais alto nível, com música, dança, coreografia, luzes e fogo de artifício.
Maiores aumentos de streaming devido ao efeito do Super Bowl
Shakira e Jennifer Lopez – as primeiras artistas latinas a encabeçar o Super Bowl em 2020 – tiveram ganhos de streaming de 267% e 187% na semana seguinte à apresentação, informou a Billboard.
The Weeknd, já uma força de streaming com 82 milhões de streams na semana anterior à sua apresentação, viu um salto de 65% para 136 milhões de streams na semana seguinte ao show do intervalo de 2021.
Os cinco protagonistas do show do intervalo de 2022 tiveram grandes ganhos: Snoop Dogg, Mary J. Blige e os streams do Dr. Dre mais que duplicaram, enquanto Eminem recebeu um aumento comparativamente menor de 39%, mas com o maior número geral de visualizações, com 97 milhões de streams na semana após o show, segundo a Billboard.
Maiores aumentos de vendas devido ao efeito do Super Bowl
As vendas de músicas e álbuns de Lady Gaga aumentaram 1000% apenas no domingo do Super Bowl, após a sua apresentação em 2017, referiu a Billboard.
Os Coldplay vendeu 95.000 álbuns na semana seguinte à apresentação de 2016, um ganho de 355% em relação à semana anterior.
As vendas de álbuns de Beyoncé saltaram 62% após a sua apresentação em 2013, e a sua música “Crazy In Love” teve um aumento de vendas de 203% – e o seu antigo grupo feminino, Destiny’s Child, que se juntou a ela no palco, desfrutou de um aumento de 21% nas vendas de álbuns.
As vendas do catálogo de álbuns de Madonna aumentaram mais de cinco vezes em 2012: ela vendeu 26.000 álbuns após a sua atuação, em comparação com 5.000 álbuns na semana anterior ao Super Bowl.
O álbum Tom Petty and the Heartbreakers Greatest Hits vendeu 33.000 cópias após a sua exibição ao vivo no Super Bowl em 2008, um salto de 196% nas vendas em relação à semana anterior.
As vendas de três dos álbuns de Janet Jackson mais que duplicaram, enquanto as vendas Justified de Justin Timberlake aumentaram 160% após a sua performance em 2004.
O álbum “Dangerous” de Michael Jackson disparou 83% nas vendas após a sua apresentação em 1993 e continuou a subir nas semanas seguintes – ele vendeu 21.000 cópias após a sua atuação, 29.000 na semana seguinte e mais de 50.000 cópias nas seis semanas seguintes.
Maiores saltos nas tabelas de vendas de álbuns
O efeito Super Bowl é quase mágico. Quatro dos 20 álbuns mais vendidos de sempre na tabela da Billboard após o espetáculo do intervalo do Super Bowl de 2022 pertenciam a um dos cinco cabeças de cartaz, incluindo “Curtain Call: The Hits” de Eminem, que saltou para a 8ª posição quando, na semana anterior, era 126º, e Dr. Dre “Dr. Dre”, que do 108º lugar disparou para o 9º lugar.
O álbum mais recente de Lady Gaga, “Joanne”, saltou da 66ª para a 2ª posição na tabela de álbuns, enquanto o seu maior single, “Million Reasons”, voltou a entrar no Hot 100 em 4º lugar.
A compilação de Jennifer Lopez, “Dance Again… The Hits”, voltou a entrar na lista de álbuns da Billboard em 66º lugar, enquanto os álbuns de Shakira, “Oral Fixation Vol. 2” e “Laundry Service” tiveram reentradas para os nº 166 e nº 200.
O álbum dos Maroon 5, “Red Pill Blues”, saltou da 81ª para a 44ª posição na parada de álbuns, enquanto seu álbum de estreia, “Songs About Jane”, voltou a entrar na 96ª posição após o Super Bowl em 2019.
Os Coldplay regressaram aos cinco primeiros lugares com “A Head Full of Dreams”, subindo do 16º para o 4º lugar após a sua participação do Super Bowl, e os seus convidados Beyoncé e Bruno Mars tiveram álbuns mais antigos a reentrar nas tabelas, segundo a Billboard.
Os álbuns de Katy Perry, “Prism” e “Teenage Dream”, subiram onze posições cada, ficando em 17º e 22º lugar, respetivamente, após o seu show no Super Bowl em 2015 – e a sua convidada, Missy Elliot, reinseriu três álbuns nas tabelas da Billboard: “Under Construction”, “Miss E… So Addictive” e “The Cookbook” no nº 38, nº 40 e nº 66, respecivamente.
Estreias de álbuns
Alguns artistas marcam, inclusivamente, as suas performances no Super Bowl com o lançamento de um novo álbum – como o “The Weeknd”, cujo álbum de maiores sucessos, “The Highlights”, estreou-se no segundo lugar após a sua prestação no Super Bowl em 2021.
Justin Timberlake liderou a tabela de álbuns da Billboard com “Man of the Woods”, lançado dois dias antes da sua participação no Super Bowl de 2018.
Bruce Springsteen lançou “Working On a Dream” dias antes da sua performance no Super Bowl de 2009, estreando facilmente no primeiro lugar das tabelas.
Atuações musicais mais vistas no intervalo do Super Bowl no canal do YouTube da NFL
Artistas | Visualizações | Ano |
Shakira e Jennifer Lopez | 263 milhões de visualizações | Super Bowl LIV, 2020 |
Dr. Dre, Snoop Dogg, Eminem, Mary J. Blige, Kendrick Lamar e 50 Cent | 158 milhões de visualizações | Super Bowl LVI, 2022 |
Coldplay, Beyoncé e Bruno Mars | 114 milhões de visualizações | Super Bowl 50, 2016 |
Lady Gaga | 75 milhões de visualizações | Super Bowl LI, 2017 |
Katy Perry, Missy Elliot e Lenny Kravitz | 75 milhões de visualizações | Super Bowl XLIX, 2015 |
The Weeknd | 54 milhões de visualizações | Super Bowl LV, 2021 |
Prince | 49 milhões de visualizações | Super Bowl XLI, 2007 |
Maroon 5, Travis Scott & Big Boi | 20 milhões de visualizações | Super Bowl LIII, 2019 |
Justin Timberlake | 18 milhões de visualizações | Super Bowl LII, 2018 |
Michael Jackson | 11 milhões de visualizações | Super Bowl XXVII, 1993 |
Algumas performances de artistas no intervalo do Super Bowl estão no YouTube, noutros canais que não o oficial da NFL.
Lady Gaga, Madonna e Justin Timberlake disponibilizaram as suas atuações nos seus próprios canais de YouTube, obtendo 82 milhões, 33 milhões e 30 milhões de visualizações, respetivamente.
Um utilizador do YouTube fez upload da performance de Michael Jackson, reunindo 68 milhões de visualizações, muito mais do que o upload da própria NFL.
A NFL também carregou um clip do show do intervalo de 2016, apresentando apenas Beyoncé e Bruno Mars sem os Coldplay. Esse clip alcançou 153 milhões de visualizações, quase 40 milhões a mais do que a performance completa.
Rihanna em 2023
Neste Super Bowl 2023, há a expectativa de saber como pode Rihanna beneficiar com a sua participação neste altamente mediático espetáculo. A entrada no palco do Super Bowl por parte da cantora surge após um longo hiato para a estrela pop – o seu último álbum, “Anti”, foi lançado em 2016 e os fãs estão ansiosos por mais músicas desde então.
Há muito que se espera um novo álbum de originais da artista, mas o facto é que Rihanna se tem concentrado principalmente em projetos comerciais, incluindo Fenty Beauty e a marca de lingerie Savage X Fenty. Riahnna voltou à música em outubro, lançando o single “Lift Me Up” para a banda sonora do filme “Black Panther: Wakanda Forever”, que rendeu uma nomeação para o Oscar de Melhor Canção Original.
De acordo com a Variety, o show de Rihanna deve atrair um público mais jovem, ligado à música, contribuindo para o aumento na audiência. O facto de o patrocinador do intervalo ser a Apple Music leva a que se suspeite que a artista possa disponibilizar um novo álbum nesta plataforma após o Super Bowl.
Rihanna disse à Associated Press que a sua performance no Super Bowl não significa que um novo álbum seja iminente: “Super Bowl é uma coisa. Música nova é outra coisa. Estão a ouvir, fãs?”.
O intervalo do Super Bowl é também aproveitado para os grandes estúdios de cinema revelarem teasers de blockbusters que vão lançar. Este ano, admite-se que alguns desses novos trailers possam ser de “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania”, “The Flash”, “Velozes e Furiosos 10” ou “Transformers: O Despertar das Feras”.