A SUFFA nasceu em Lordelo, município de Paredes, como uma empresa de produção de sofás e cadeirões para o segmento premium. Ao todo são mais de 10 mil unidades que saem das linhas de produção da unidade fabril. Quando em 2012 o atual CEO da empresa, André Fernandes, entrou no negócio criado pelo pai uma das estratégias foi apostar na exportação da marca no segmento B2B. Depois destes anos a trabalhar com os mercados internacionais de referência no setor da decoração, André Fernandes explica que a empresa ganhou a maturidade e know-how que permitem agora avançar com a criação de uma rede de lojas próprias. A primeira abriu na Rua Castilho, em Lisboa, na qual, investiu 100 mil euros. A próxima será já no mercado externo, em Joanesburgo.
Como nasceu a marca SUFFA? Há um cariz familiar…
A SUFFA é uma empresa portuguesa especializada em design e fabrico de sofás para o segmento premium. Foi lançada em 2010, pelo meu pai, que já era empresário do setor dos estofos há mais de 30 anos. Até então ele tinha outra sociedade, da qual se desvinculou, e deu-se assim início a este projeto. Em 2012, na altura em que entrei para a empresa, iniciei todo o processo de exportação da marca, no segmento B2B. O nosso foco esteve sempre em trabalharmos no sentido de afirmarmos a SUFFA como uma referência, não só na produção e fabrico, como na inovação e no desenvolvimento de sofás em conjunto com designers. E assim foi. Hoje temos mais de 50 colaboradores, uma equipa própria de designers e, entre sofás e cadeirões, vendemos mais de 10 mil unidades por ano para vários países. Atualmente, a empresa é detida a 100% por mim.
A produção está localizada no Norte do País?
A nossa fábrica encontra-se em Lordelo, no concelho de Paredes. O fabrico dos sofás é 100% nacional e a nossa capacidade de produção é de 10 mil unidades por ano.
Até agora, quais os mercados que recebem os vossos produtos?
Trabalhamos para países como França, Espanha, Canadá e Israel.
Como se diferenciam no mercado? Quais os trunfos para que uma marca portuguesa dê cartas no mercado externo de decoração?
Aliando a qualidade dos materiais ao desenvolvimento de produtos exclusivos. Somos uma empresa portuguesa que se foca na inovação e no desenvolvimento de produtos em conjunto com designers. Preferimos dizer que temos posicionamento no segmento premium. A SUFFA é minimalista, mas sofisticada. É simples, mas com design. É pensada de modo a proporcionar uma experiência de compra tranquila mas aspiracional. Queremos ter a garantia que o cliente se inspira nos nossos modelos – temos mais de 60 – e, acima de tudo, que sinta que tem, como em nenhuma outra marca acesso a um detalhado nível de personalização do modelo que pretende. Tudo isto com rapidez e eficácia. Um atendimento, tal como o produto final, que é premium.
A empresa aposta agora na abertura de lojas. Quais os argumentos que justificam esta expansão para lojas físicas?
Ao longo destes anos a trabalhar com os mercados internacionais de referência no setor da decoração, e sempre com o foco no posicionamento premium que valoriza não só a qualidade da nossa produção – que é 100% ‘made in Portugal’ – e dos materiais, mas também o design e a personalização, atingimos um nível de maturidade, de crescimento e de know-how que nos permite dar o passo seguinte. A par disso, ao olharmos para os players do setor, no mercado interno e externo, percebemos que somos suficientemente diferenciadores e que há espaço para nos apresentarmos ao mercado diretamente ao consumidor final. Neste sentido, temos um plano de investimento que passa pelo lançamento da uma rede de lojas próprias, não só em Portugal como também no estrangeiro. Falta produto do nosso nível e sabemos que conseguimos estar, por exemplo, no meio das marcas italianas e competir com elas.
Porquê a aposta de abertura primeiro em Lisboa?
A escolha de Lisboa para a abertura do primeiro espaço resulta de um conjunto de razões. Desde logo, pelo feedback que recebemos nas feiras e eventos importantes do setor que se realizam na capital e, perante a nossa presença lá, sentimos muita aceitação e incentivo. Em paralelo, porque sendo uma cidade cosmopolita, e em particular na Rua Castilho, que é de referência e, na qual, conseguimos chegar rapidamente ao nosso público, do segmento médio-alto, temos a oportunidade de apresentar o nosso conceito de loja tanto a portugueses como a estrangeiros que vivam, trabalhem ou estejam de visita a Lisboa.
Quais as outras cidades portuguesas que estão em estudo?
Em relação à expansão da rede de lojas SUFFA no nosso país, estamos a analisar a possibilidade de abrir mais um espaço na Grande Lisboa e em cidades como Porto, Braga, Aveiro, Coimbra e Leiria.
Para esta primeira abertura foram investidos 100 mil euros. Qual o orçamento previsto para o reforço da presença no mercado português?
Sim, a loja de Lisboa representa um investimento que ronda os 100 mil euros. Prevemos investir entre 100 e 150 mil euros por loja.
Para quando está prevista a abertura da loja da África do Sul? Porquê a escolha deste país africano para a abertura de lojas?
Vamos abrir esse espaço em abril ou maio deste ano, em Joanesburgo. Será a primeira loja SUFFA no mercado externo. A oportunidade surgiu através de um parceiro presente naquele país e vamos fazer uma joint venture no mercado sul africano.
Além deste país africano, já há outros mercados externos que estão em estudo quer na Europa ou em África?
A curto e médio prazo o foco estará na expansão nacional. No estrangeiro, tivemos esta oportunidade na África do Sul e estamos a analisar outras possibilidades. A abertura de uma loja em Marrocos, por exemplo, também poderá ser uma possibilidade.
Vai ser necessário reforçar a capacidade de produção para responder a esta expansão para as lojas físicas?
De momento, e face ao que está planeado, não será necessário reforçar a capacidade produtiva.
Uma vez que entram num novo segmento de negócio, como se mobiliza as 55 pessoas da empresa para “vestir a camisola” SUFFA?
Na SUFFA temos, todos, um grande orgulho em sermos portugueses. E este passo de apostar no mercado doméstico é encarado com muito entusiasmo, empenho e orgulho por parte de toda a equipa. Isto significa que somos mais de 50 pessoas a termos o gosto de ver as peças que são pensadas e produzidas por nós em casa dos portugueses, que passam a ter sofás com mais design, com matérias-primas de topo, com tecnologia de ponta e com maior durabilidade. Acredito numa liderança inspiracional, baseada no exemplo e, simultaneamente, na capacidade de fomentar confiança e autonomia em cada um dos elementos da nossa equipa.
Como tem evoluído a componente financeira da empresa?
Em 2023 superamos os cinco milhões de euros de faturação. Este ano estamos a prever manter, no segmento B2B, o mesmo valor de 2023. Precisamente por causa do lançamento da nossa rede de lojas próprias, cujo primeiro passo damos agora com a abertura em Lisboa, pretendemos que o segmento B2C represente mais de 15% do volume de negócios.