A VN Tech – Value Negotiation Technologies, startup incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, foi uma das mais recentes empresas a receber investimento do fundo Loyal VC, um dos principais fundos de risco global com origem nos EUA, Canadá, Suíça e Singapura, e que já apostou em mais de 350 empresas de 60 países.
Este apoio financeiro vai acelerar a solução de Inteligência Artificial que a start-up desenvolveu, a qual permite às empresas otimizar a negociação com os potenciais fornecedores.
Combinando inteligência artificial com uma metodologia desenvolvida por si, a plataforma da VN Tech funciona com uma rápida configuração do agente de negociação para a compra, sejam eles transportes, matérias-primas, equipamentos ou serviços, com os resultados a apontarem, até ao momento, para uma redução de, aproximadamente, 90% do tempo de negociação de propostas comerciais com fornecedores, permitindo criação de valor e ganhos em poupanças totais na ordem dos dois dígitos.
O investimento inicial do Loyal VC arranca com USD 10,000$, permitindo “a criação de condições para investimentos subsequentes, avaliações contínuas e oportunidades iguais às empresas já presentes no portfólio, beneficiando, ainda, de uma rede de consultores, relatórios mensais e recursos distintos”, salienta a UPTEC.
Este valor inicial de USD 10,000$ pode, contudo, ascender rapidamente aos USD 200,000$, e no futuro a uma quantia ainda mais avultada.
“Depois de um investimento interno robusto por parte dos fundadores no arranque da VN Tech, este fundo de capital de risco é o primeiro passo à abertura da empresa ao capital externo, que deverá ser sequenciado no futuro”, aponta a UPTEC.
Como funciona esta plataforma
A solução da VN Tech contacta os fornecedores e conduz, autonomamente, as interações negociais de todas as cláusulas relevantes até à obtenção das propostas finais, permitindo uma adjudicação clara e imediata.
Este processo permite reduzir “drasticamente o tempo e complexidade operacional da negociação, entre chamadas telefónicas, emails, folhas de cálculo, entre outros” e melhorar “o Custo Total de Aquisição ao guiar, ativamente, o fornecedor na otimização do valor total da sua proposta como um todo, dando-lhe feedback imediato e várias opções para otimização”, salienta a UPTEC.
“Com esta solução, ganham os fornecedores com o aumento do grau de colaboração via win-win, da eficiência do processo e do valor trocado de forma ótima. Por outro lado, ganham, naturalmente, os compradores, que passam a ser os estrategas do processo de negociação, delegando a parte operacional e tática ao agente que cumpre o mandato que lhe foi instruído”.
A plataforma VN Tech já se encontra disponível no mercado e tem ajudado clientes, tanto em fases de piloto ou de produção, a reduzirem as suas despesas de contratação.
Entre os clientes que já usaram esta solução tecnológica estão a Mehler Engineered Products, grupo industrial têxtil alemão com significativa presença em Portugal, e que utiliza a plataforma para automatizar negociação de propostas de transportes marítimos. Mais recentemente, a VN Tech iniciou uma colaboração-piloto com a Lameirinho, empresa têxtil de Guimarães, durante a qual se prevê a automação de processos de negociação de compras, e encontram-se em fase de negociação com outras empresas do setor.
No passado, a Value Negotiation Technologies lançou um piloto na Lufthansa, de modo a testar negociações automáticas de pacotes de reembolso com passageiros. O sucesso desta operação levou a um aumento da satisfação dos utilizadores em 9:1, levando a uma retenção monetária de 50 a 73% na companhia aérea, e a uma redução do tempo de negociações de semanas para uma mediana de quatro minutos.
A equipa fundadora da VN Tech é composta por André Dória, Horácio Falcão, e Rodrigo Gouveia, professores de negociação da escola de negócios internacional INSEAD, que na sua atividade de advisory (liderada por Horácio Falcão) têm ajudado multinacionais de setores como big tech, farmacêuticas, companhias aéreas, entre muitos outros, a ultrapassar os seus principais desafios de negociação com outras multinacionais e governos.