A Hoopers é uma startup portuguesa que desenvolveu uma plataforma de comunidade que conecta jogadores, fãs e entusiastas de basquetebol, através de campos, conteúdos, experiências e NFTs.
A empresa levantou uma ronda de investimento de meio milhão de euros com a Sport Horizon Holding, fundo de investimento europeu especializado na indústria de SportsTech e a Portugal Ventures, a qual contou também com a participação de business angels, como Niko Klansek, investidor na Niftify e partner do fundo de web3 Kenmare e de Ricardo Carvalho, investidor em Sports Tech e Inovação Social.

Segundo André Costa, CEO da Hoopers, “este investimento é um voto de confiança no trabalho que temos desenvolvido até aqui, mas sobretudo no potencial da criação e afirmação de uma plataforma global de comunidade que combine basquetebol, arte urbana e hip-hop, através da fusão entre o mundo físico e o digital. Queremos aproveitar a enorme base instalada neste desporto, o potencial da Web3 e explorar oportunidades de expansão para outros mercados”.
A start-up está incubada na Startup Lisboa e na Startup Braga, e prepara-se para continuar a anunciar novos projetos de recuperação de campos desportivos com intervenções de arte urbana, novos produtos e lançar o seu projeto de NFTs focado na comunidade.
André Costa, CEO da Hoopers, falou com a Forbes sobre a comunidade de basquetebol que está a ajudar a criar e os próximos passos em que a plataforma apostará, NFTs e Web3.

A vossa plataforma é uma comunidade de apaixonados por basquetebol. Quando nasceu e como nasceu a ideia?
André Costa (AC): O projeto nasceu no fim de 2019 e tem como grande propósito conectar jogadores, fãs e entusiastas de basquetebol numa plataforma centralizada focada no conceito de comunidade. Nasce também na sequência da minha enorme paixão por este desporto, ao qual estou ligado há mais de 20 anos.
Que tipo de propostas e conteúdos disponibilizam?
AC: Desenvolvemos projetos, conteúdos e produtos próprios, mas também em colaboração com artistas de arte urbana e membros que fazem parte da nossa comunidade.
A recuperação de campos desportivos com intervenções de arte urbana é dos principais projetos da Hoopers? Quantos campos já conseguiram recuperar e em que locais?
AC: Este tipo de projetos são uma área importante do nosso trabalho, mas não são a única dimensão onde operamos. Já realizámos mais de 10 intervenções em todo o território português em cidades como Braga, Lisboa, Penafiel, Barreiro, Chamusca, por exemplo.

Estes projetos de recuperação de campos desportivos têm um objetivo social, de inclusão?
AC: Acabam por ter porque permitem não só a renovação de um equipamento desportivo, mas sobretudo a sua promoção e apropriação pelas comunidades locais, ao mesmo tempo que incentivam a prática desportiva em contexto urbano acessível a todos.
A recuperação dos campos conta com a colaboração das autarquias?
AC: Estes projetos são feitos em colaboração com as autarquias, mas também contam com a importante contribuição de parceiros especializados em outras áreas, de forma a cobrir todas as necessidades e desafios associados, por exemplo no aos materiais de pintura indicados, equipamentos desportivos, entre outros.
Qual o critério de escolha que seguem para definir quais os campos a intervencionar?
AC: Elaboramos um plano de ação, considerando o interesse estratégico do território e a “força” da comunidade local.
Quais os próximos projetos de recuperação de campos que preveem lançar?
AC: Anunciámos recentemente um novo projeto em Almada, que ainda não fica por aqui, e estamos também a trabalhar em outros projetos em que, por agora, ainda não podemos divulgar muitos detalhes.
A Hoopers manterá os seus investimentos em Portugal?
AC: Portugal é a “nossa casa” e queremos dar um exemplo por cá, mas as nossas ambições são, naturalmente, maiores.
A ronda de investimento em que a Hoopers captou 500 mil euros pretende servir para a empresa desenvolver a sua plataforma? Quais os objetivos?
AC: Iremos reforçar a nossa equipa, dar sequência ao desenvolvimento tecnológico da nossa plataforma e explorar oportunidades de crescimento em outros mercados.
Onde é que vão buscar o financiamento para estes vossos projetos para reabilitar campos de basquetebol?
AC: Os projetos são financiados pelos seus promotores: as autarquias, as marcas, as escolas e a própria Hoopers.

A organização de torneios de basquetebol é outro tipo de atividade que desenvolvem? Que tipo de torneios são estes e que equipas podem neles participar?
AC: Os torneios e eventos que organizamos acabam por ser momentos de celebração, conexão e ligação da comunidade, ajudando a cumprir e a tornar tangível o nosso propósito. Neles participam desde jogadores federados que atuam nas ligas profissionais a jogadores informais que apenas jogam na rua.
A Hoopers pretende lançar um projeto de NFTs. Em que consiste e como será desenvolvido?
AC: O projeto vai combinar comunidade e gamificação, possibilitando aos detentores dos NFTs o acesso a produtos, conteúdos e experiências exclusivas, bem como a contribuição para um fundo que visa a recuperação de infraestruturas desportivas degradadas e o apoio a ONGs que utilizam o desporto como ferramenta de inclusão social.