Ser o primeiro proprietário de qualquer coisa rara e maravilhosa é uma tentação irresistível. Receber um Rolls-Royce Spectre no final de 2023 será como ter um iPhone no bolso em junho de 2007. Onde quer que você vá, os olhares irão virar-se para si e as conversas começarão.

O CEO da Rolls-Royce, Torsten Muller-Ötvös, conhecido por muitos como TMO, passará a maior parte do tempo nos próximos meses a apresentar o Spectre para clientes de longa data da Rolls-Royce e potenciais recém-chegados à marca.

Curiosamente, o feedback que o construtor está a obter é que a maioria dos clientes não está a exigir detalhes exaustivos sobre a motorização força elétrica a bateria, aparentemente assumindo que a Rolls-Royce e o BMW Group têm essa tecnologia resolvida.

Em vez disso, antes de encomendar um Spectre, os clientes Rolls querem a confirmação de que o Spectre terá o caráter Rolls-Royce: desempenho sem esforço, um passeio de tapete mágico, um interior sereno, manufatura e design incomparáveis.

E mais de 300 clientes americanos já tinham encomendado o novo Spectre da Rolls-Royce, antes do carro ser exibido ao público.

“Este é o início de um novo capítulo ousado para a nossa marca, os nossos clientes extraordinários e a indústria de luxo. Acredito que o Spectre é o produto mais perfeito que a Rolls-Royce já produziu”, sublinha o CEO, Torsten Müller-Ötvös.

O construtor pode até fazer uso de uma citação de 122 anos de Charles Rolls, que financiou a engenharia de Henry Royce e a criação da empresa e que está agora mais atual do que nunca: “O carro elétrico é perfeitamente silencioso e limpo. Não há cheiro ou vibração. Eles devem se tornar muito úteis quando os postos de carregamento fixas puderem estar disponíveis”.

Para quem prima pela exclusividade e tem a possibilidade de carregar as suas viaturas em casa, o Spectre tem um enorme apelo, garantido para reunir admiradores.

Spectre é um Rolls-Royce, não um BMW i7 remodelado, embora o Spectre não poderia ter nascido sem acesso à tecnologia de bateria elétrica do BMW Group.

Com uma silhueta fastback, quase a evocar o Phantom Coupé que foi descontinuado em 2016, o Spectre é o primeiro coupé de duas portas da marca a ser equipado com pneus de 23 polegadas em quase 100 anos.

O Spectre é construído sobre uma nova arquitetura de estrutura de alumínio altamente flexível, adaptada para modelos elétricos.

As secções de alumínio e a integração da bateria na estrutura do automóvel permitem que ele seja 30% mais rígido do que qualquer Rolls-Royce anterior, diz a marca.

Segundo a marca, o perfil liso do carro cria um habitáculo mais amplo e a bateria, que pesa 700 kg, tem cerca de 100 kWh e está alojada no piso, funciona também como isolamento acústico.

Os números finais de potência, aceleração e autonomia ainda estão a ser ultimados, já que a afinação final do modelo está a decorrer, mas dados preliminares mostram que o Spectre terá uma autonomia estimada de até 520 km e terá 900 Nm de binário no seu motor, que rende 585 cv. Segundo a Rolls-Royce, a estimativa é que o veículo acelere de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos. Se considerarmos que estamos perante um carro de quase três toneladas, são prestações de realce.

No interior, o luxo e a personalização são duas palavras incontornáveis. Pela primeira vez numa produção em série, este veículo está disponível com Starlight Doors, que incorporam 4.796 “estrelas” iluminadas por dentro. Já o novo design do banco dianteiro foi inspirado na alfaiataria britânica, com secções de lapela que podem ser renderizadas em cores contrastantes ou combinando com a base principal.

Quanto vai custar?

Posicionado entre o Cullinan e o Phantom, o Rolls-Royce Spectre ainda não tem preços anunciados, mas poderá custar a partir de US$ 413.500, o que em Portugal deverá querer significar um valor na casa dos 500 mil euros.