A quantidade de dados que produzimos é imensa. Segundo Bernard Marr, em 2018, eram gerados diariamente 2.5 biliões gigabytes de dados. Estima-se que, em 2025, este número cresça 5 vezes mais (IDC, 2018). A digitalização das organizações e a transformação digital dos produtos e serviços acelera este crescimento a um ritmo brutal.
Apesar do enorme volume de dados produzido todos os dias, a verdade é que os dados por si só são inócuos. São factos não processados e vazios de conteúdos.
Já dizia o matemático britânico Clive Humby (2006): “Os dados são o novo petróleo!”. Michael Palmer (2006) explica esta célebre frase de forma clara – tal como o crude precisa de ser refinado para se tornar um ativo valioso e rentável, também os dados precisam de ser processados e analisados para gerarem informação relevante. E esta informação é um ativo cada vez mais valioso para a tomada de decisão.
Ainda assim, a análise e processamento destes dados é um processo subexplorado nas organizações. Existem ainda muitos dados à espera de serem processados e analisados.
O analista de dados é o profissional responsável pelo processamento e análise destes dados de forma a gerar ideias e conhecimento relevantes para a tomada de decisão. O analista de dados assume geralmente as seguintes responsabilidades base no exercício das suas funções:
- 1) Compreender o projeto e problema de negócio. Definir um plano estratégico para entregar a análise que responderá ao problema identificado.
- 2) Reunir os dados necessários para responder ao problema, tratá-los e manipulá-los em bases de dados relacionais usando geralmente linguagem de programação (como por exemplo, SQL, Python, …).
- 3) Analisar e interpretar os dados utilizando métodos estatísticos apropriados.
- 4) Apresentar os resultados e as conclusões obtidas através de, por exemplo, ferramentas de visualização de dados (Tableau, Power BI, Excel, …).
- 5) Sugerir decisões com base nos dados e acompanhar os próximos passos definidos.
Segundo o US Bureau of Labor Statistics, estima-se que a procura deste tipo de profissionais aumente 23% entre 2021 e 2031. Este é um crescimento bastante mais acelerado do que quando comparado com o crescimento da procura de todas as outras profissões, que se estima, em média, rondar os 5%, para o mesmo período.
No que diz respeito à diversidade de género e tal como noutras profissões das áreas de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), numa equipa de analistas de dados é importante diversidade. A partilha de experiências e competências bem como a discussão de diferentes abordagens é crucial para o sucesso e resultados da equipa.
O processo de tomada de decisão baseado em dados é, geralmente, um exercício complexo e iterativo. Por isso mesmo, o trabalho do analista de dados não é, nem deve ser, um trabalho solitário. Pelo contrário, todo o processo de tratamento e análise de dados, bem como a identificação das ideias e conclusões que são a base para a tomada de decisão devem ser um trabalho em equipa. Pessoas diferentes contribuem com ideias distintas. E isso é o que garante um resultado tão rico e valioso.
Se gostavas de começar a tua carreira em análise de dados, a Women in Tech tem um programa de mentoria direcionado a mulheres para te ajudar neste percurso. Se já és uma profissional desta área de STEM candidata-te a mentora.
Marta Vaz,
CRM Business Analyst, NOS SGPS