Ao fim de 17 anos o grupo Sonae acaba de vender a marca de artigos para o surf, Deeply, aos investidores privados António Cortez e Hernan Briones.

O perfil dos novos acionistas da marca portuguesa assenta, sobretudo, na experiência que já contam no mundo dos negócios. António Cortez é um empreendedor português que começou na área de private equity na Explorer e na Atena, onde participou em algumas reestruturações operacionais. O gestor passa a assumir o cargo de diretor executivo. Hernan Briones, que será o chairman da Deeply, é um empresário chileno que construiu e liderou várias empresas industriais na América Latina e que tem investido em vários projetos, sobretudo na Europa.

Os novos donos da Deeply têm um vasto background em diversas indústrias e um portfólio composto por empresas das áreas de Agtech, Biotech, Foodtech e Wellness. Os dois empresários já trabalham juntos há alguns anos em vários projetos e juntam-se agora para este novo desafio, reforçando a sua presença na área do retalho.

Em declarações à FORBES, António Cortez explica que a estratégia de futuro para a Deeply passa, por exemplo, “pelo crescimento da presença digital através da comunidade e de conteúdos nos mercados europeus. Além de se pretender “explorar novos produtos e serviços que permitam a nossa comunidade de surfing melhorar a sua experiência dentro e fora de água”. Sem esquecer uma aposta “na qualidade de produtos técnicos para permitir total liberdade de movimento e conforto mantendo uma vertente forte de sustentabilidade e acessibilidade para os surfistas”. Questionado sobre o eventual reforço da internacionalização, o agora diretor executivo da Deeply salientou que “antes de ir para novos continentes queremos consolidar a presença da marca na Europa. Não só em Espanha e França que já representam uma parte significativa das vendas, mas também em novos mercados tal como a Alemanha e países nórdicos”.

De acordo com os novos acionistas, a marca de equipamentos e moda de surf, criada em 2004, contará com uma nova estratégia a nível global, estando a ser implementada uma reestruturação em algumas áreas da empresa. A sede da marca irá manter-se no Porto, sendo que, está prevista a mudança de instalações para refletir a sua principal inspiração, o mar.

António Cortez assume que “inovar no surf representa verdadeiramente um mundo de oportunidades e, tanto o Hernan como eu, já tínhamos esta ligação intrínseca e emocional com o mar e com o desporto em si”.  E conclui que “apostar na Deeply foi reconhecer o potencial que uma marca tão forte como esta ainda tem por explorar”.