A Sonae anunciou o lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre as ações não detidas da Sonaecom. A Sonaecom é uma sub-holding do Grupo Sonae com activos nas áreas de Tecnologia, Media e Telecomunicações.
A contrapartida oferecida é de 2,50 euros por ação, a pagar em numerário, um valor que será ajustado em caso de distribuição de dividendos, reservas ou outro.
A oferta da Sonae incorpora um prémio de 32,6% em relação ao preço médio ponderado das ações da Sonaecom no mercado regulamentado Euronext Lisbon nos últimos seis meses e um prémio de 25% face ao preço de fecho do dia 20 de dezembro, o qual ascendeu a 2,00 euros.
Contrapartida oferecida é de 2,50 euros por ação, o que constitui um prémio de 25% face à cotação de 32,6% face à média ponderada dos últimos seis meses.
A operação permite, assim,” aos ainda acionistas da Sonaecom materializar o valor das suas ações com ganhos face aos valores de referência do mercado”, refere a Sonae.
Atualmente a Sonae já detém 88,36% do capital social da Sonaecom (26,02% diretamente e 62,33% indiretamente através da Sontel BV) e 89,97% dos direitos de voto.
Há ainda 1,79% de ações detidas pela própria Sonaecom. Olhando para a dispersão de ações, conclui-se que existe um total de 9,86% de ações na posse de outros investidores de menor dimensão.
No caso de a OPA permitir ultrapassar uma participação de 90% dos direitos de voto, a Sonae recorrerá ao mecanismo de aquisição potestativa, resultando na exclusão da negociação das ações em mercado.
ESTRUTURA ACIONISTA Sonaecom (atualmente) | Participação |
Sontel BV | 62,33% |
Sonae SGPS | 26,02% |
Discerene Group, LP | 2,79% |
Sonaecom SGPS (Acções Próprias) | 1,79% |
Outros | 7,07% |
Total | 100,00% |
O controlo exclusivo pela Sonae “permitirá uma maior eficiência e flexibilidade na gestão operacional dos negócios detidos pela Sonaecom e a exploração de novas oportunidades de desenvolvimento do seu portefólio”.
Na prática, isto levará a que a Sonaecom saia da bolsa, algo que já sucedeu no passado com a Sonae Indústria e a Sonae Capital.
Por outras palavras, face à concentração do capital e à consequente redução do “free float” e liquidez, deixará de se justificar a manutenção do estatuto de sociedade aberta por parte da Sonaecom.
A Sonaecom será, deste modo, a terceira empresa do grupo Sonae a sair da Bolsa de Valores de Lisboa.
O Código de Valores Mobiliários determina que, no caso da saída de bolsa deve ser indicado um acionista que se obrigue a adquirir, em três meses, as ações pertencentes às pessoas que não tenham dado luz verde a esta decisão. neste caso, esse acionista está previamente anunciado: a Sonae.