A Web Summit arranca hoje em Lisboa. A maior conferência tecnológica do planeta é o palco de discussão de temas quentes da atualidade, de apresentação de ideias de negócio e de encontro entre profissionais de diferentes setores.
O enfoque em reuniões de trabalho e networking é tremendo e, porventura, a mais relevante ferramenta para os contactos entre os diferentes participantes, desde empreendedores a parceiros, passando por investidores e oradores, é a App da própria Web Summit.
Os números falam, de resto, por si. Na Web Summit 2019, a última conferência ao vivo antes do surgimento da pandemia, os participantes enviaram mais de um milhão de mensagens através da App oficial do evento.
Para a edição de 2021, a estimativa da organização é que estejam presentes 40 mil participantes na Web Summit.
Entrevistamos Mike Sexton, o Diretor de Tecnologia de Marketing da Web Summit, onde começou como cientista de dados em 2014. Ele está por detrás da equipa de meia centena de especialistas que construiu o software, o Summit Engine, e as Apps da Web Summit, as quais estão, neste momento, a “ganhar asas”, tendo já visto dois clientes de peso – a ONU e, mais recentemente, o CES de Las Vegas – a renderem-se às virtudes desta tecnologia, tendo assinado, cada qual, um contrato com a Web Summit para passarem a dispor também da App da cimeira para os seus eventos.

Ferramenta de networking
Mike Sexton destaca o papel da App da Web Summit para os participantes poderem viver o evento e explorar o melhor possível as redes únicas de contactos que aqui se encontram.
“Independentemente das evoluções que temos colocado no software, a App mantém o seu objetivo inicial – de ser uma forma de ajudar os participantes a ‘navegarem’ pelos diferentes eventos que se realizam dentro deste grande evento que é a Web Summit”, diz Mike Sexton.
“O valor real que os participantes extraem por virem a um evento destes reside na possibilidade de poderem conhecer outras pessoas ou de as suas empresas desenvolverem contactos com outras companhias. E preferencialmente que esses relacionamentos acabem por ser de longo prazo. O objetivo da App é tornar mais fácil essa conexão inicial entre as pessoas”, aponta Mike Sexton que esclarece que, com esse propósito, a “app fica disponível durante mais um par de meses já após o encerramento da cimeira, pois ainda se verifica networking durante esse tempo”.
A App da Web Summit possui versões para iOS, para Android e uma mais recente WebApp para permitir o acompanhamento dos eventos online, por causa da pandemia.
“Este ano estamos a usar a WebApp que desenvolvemos para os eventos online para os eventos físicos pela primeira vez”, diz Mike Sexton que conta que outra novidade este ano é a possibilidade das pessoas se juntarem num “chat” ao vivo, paralelamente aos palcos físicos em que participam.
Recomendações para tirar máximo partido do evento
O “cérebro” pelo software da Web Summit salienta que uma das virtudes da App é que, através dela, “fornecemos recomendações às pessoas sobre o modo como podem tirar o máximo proveito do evento, dado o enorme volume de conteúdos, informações e talks que decorrem”.
Mike pormenoriza: “Construímos o nosso próprio algoritmo essencialmente para reunir todas as informações que recebemos dos participantes, de coisas que eles dizem de si próprios. Depois propomos – mediante as suas áreas de interesse, de negócio e daquilo que procuram – quais as pessoas e empresas que possam ser-lhe úteis, fazendo, deste modo, a proposta de cruzamento de cartões de visita e de networking”.
“Baseado na pegada digital de cada participante, tentamos indicar-lhe quais são as pessoas que deveria conhecer no mundo real e que ainda não conhece”, enfatiza o responsável da Web Summit.
Mike e a sua equipa também desenvolveram outras apps de uso interno à própria Web Summit para otimizar o trabalho organizativo – essas Apps (“invisíveis” para os participantes) procuram manter o controlo de tudo o que acontece desde que as pessoas se registam e entram no local.
Com a pandemia e a necessidade das organizações darem resposta às necessidades de comunicação criada por eventos com acompanhamento online, os responsáveis da Web Summit, fruto do seu maior grau de preparação, foram abordados para darem o seu apoio a outras entidades na montagem de eventos.
Primeiro a ONU, depois o CES
Depois das Nações Unidas ter contratado os serviços da Web Summit, seguiu-se um acordo, há uma semana, com a Consumer Technology Association (CTA), dono e produtor do CES em Las Vegas, cujo evento de tecnologia ocorrerá entre 5 e 8 de janeiro de 2022.
“O CES é seguido por 200.000 pessoas e é um dos maiores e mais importantes eventos de eletrónica de consumo no mundo. O evento é icónico e é uma maneira, igualmente, muito empolgante de testar e aperfeiçoar o nosso software”, diz Mike Sexton.
“A nossa aspiração é continuar a explorar esta área de negócio”, diz Mike Sexton.
A ambição a longo prazo da Web Summit é poder colocar esse negócio a funcionar e perceber se outros eventos e outras entidades organizadoras de eventos “poderão também recorrer ao nosso software. A nossa aspiração é continuar a explorar esta área de negócio. O facto de sermos organizadores do nosso evento e de desenvolvermos o nosso próprio software dá-nos uma perspetiva única e envolvente que nos acalenta a esperança de virmos a explorá-la ainda mais no futuro”, conclui Mike Sexton.