Sofia Vasconcelos lançou esta quinta-feira a nova coleção da sua marca Marma. A coleção para o verão de 2024 conta com quatro biquínis, um fato de banho e dois conjuntos, com preços que começam nos 79 euros e vão até aos 99 euros. Numa viagem que passa por Ibiza, Capri, Sardenha, Menorca, Santorini, Formentera e Côte d’Azur, segundo os nomes dos modelos lançados, Sofia procura dar voz ao romance de verão entre o corpo de quem usa as peças e os biquínis.
A apresentadora falou, em exclusivo, com a Forbes antes do lançamento da coleção sobre o seu propósito, as novas peças e a estratégia da Marma.
Qual foi a inspiração para esta nova coleção?
O mote da coleção é um amor de verão, que é uma coisa que a maior parte das pessoas se identifica, quase toda a gente já viveu um amor de verão. Mas neste caso o amor de verão é entre o corpo e o biquíni. É uma relação e uma que muitas vezes só aparece no verão. Tal como o amor de verão, faz-nos sentir seguras, inseguras, tem altos, tem baixos, há momentos em que amamos, há outros em que não gostamos assim tanto. Sou eu que vou fazer esta campanha e é muito a minha voz em relação ao meu corpo e à relação que eu tenho com o biquíni. Já houve alturas em que me senti muito insegura, há alturas em que me sinto mais segura, é um caminho que faço.
Vamos ter quatro biquínis, um fato de banho e dois conjuntos. Que vai um bocadinho de encontro à coleção cápsula que lançámos no início do ano, em que tivemos alguns conjuntos, e decidimos fazer agora os mesmos conjuntos para o verão. Tentámos nesta coleção ouvir muito a voz das nossas clientes. Porque acho que não adianta nós termos ideias e querermos fazer aquilo que pensamos se não ouvirmos as pessoas que fazem a marca crescer. Sobre os conjuntos, disseram-nos muitas vezes que gostavam que nós lançássemos para o verão, em calções, e é isso que vai acontecer. Com padrões que têm muito a ver com o verão. O mesmo com os biquínis, tentámos readaptar os modelos preferidos das nossas clientes. Um dos modelos que nós temos, que é o Darma, foi um modelo que lançámos na primeira coleção e o modelo que mais nos pediram até hoje. Esse modelo vai voltar.
O processo de criação desta coleção foi de alguma forma diferente?
Não, eu acho que acaba por ser um bocadinho sempre da mesma forma. Eu vou reunindo coisas que gosto, coisas que têm a ver com a Marma, porque há muitas coisas que eu gosto e sei que não têm a ver com a Marma. E depois há aqui uma questão que eu acho que às vezes não é muito falada, que é: o que é possível fazer? Há muitas coisas que eu gostava de fazer só que os custos são muito grandes e não é possível. Acho que depois é um jogo entre tudo isto, o que a cliente quer, o que eu gostava que existisse na coleção, o que é possível fazer em termos de custos. Há também os testes com as licras que para nós é uma coisa muito importante. E mesmo os acessórios, têm de ser sempre testados para se ver como reage à água do mar, ao cloro, se mancha a licra ou não.
Que peça destacarias da coleção?
Se calhar um dos conjuntos, o colete com calção saia. Acho que é o meu preferido. Depois acho que destacaria um dos biquínis, que é verde e tem muitas missangas em várias cores. Ou então o fato de banho, que é sempre aquele modelo que nos deixa mais confortáveis. Aquele fato de banho é mesmo confortável no corpo e acho que é muito elegante.
O que nos podes dizer sobre o lançamento?
Vamos lançar a coleção toda, haverá um vídeo em que eu falo exatamente desse meu amor de verão, ou seja a relação entre o meu corpo e o biquíni, e vou lançar este desafio às pessoas que nos seguem para nos contarem exatamente como é a relação delas com este amor de verão.
Como surgiu a ideia de criar a Marma?
Esta marca surgiu porque eu sempre gostei muito de biquínis e de praia. Sempre tive esta vontade, mas a realidade é que é um mercado com muita concorrência e isso deixava-me um bocadinho reticente. Mas, de alguma forma, acho que quando acreditamos em alguma coisa devemos fazer e eu realmente acreditava que os biquínis que iria fazer teriam apontamentos diferentes em relação aos outros, muito à volta do conceito que eu queria para a Marma. A sensação que eu tinha, é que via muitas vezes as fotografias dos biquínis e das campanhas e eram sempre corpos muito inatingíveis. Eu própria sentia que também fazia o mesmo, do género: O meu corpo tem de estar assim para eu conseguir vestir aquele biquíni. Acho que [o verão] é uma altura do ano sensível para a maior parte das mulheres, porque nem todas nos sentimos seguras com o nosso corpo e a praia acaba por ser um lugar que todas queremos ir, mas a realidade é que estamos ali muito expostas, que não estamos no resto do ano. Traz um bocadinho as nossas inseguranças à flor da pele.
Também queria focar um bocadinho a marca nesta questão da saúde mental e ir um bocado pelo caminho de que nem sempre aquilo que está visível aos olhos dos outros é refletido naquilo que nós sentimos. Por isso é que quis que houvessem pessoas com cicatrizes no corpo, que tivessem queimaduras, que tivessem problemas de pele. Porque às vezes achamos que um problema físico significa que a pessoa não se vai sentir bem com o corpo, e às vezes a pessoa sente-se, e outras pessoas que possam ter um corpo dentro dos estereótipo que a sociedade impôs que é o mais comum, não se sente bem com o corpo. Eu queria mostrar que independentemente do corpo que temos, não significa que nos sentimos bem nele. O mote das coleções e da marca foi sempre esse, que o biquíni que tu usas tem tudo a ver com a confiança que tu tens, e não com o biquíni em si. É isso que quero tentar sempre fazer ao longo das coleções.
Conseguiste ter resultados positivos nesse lado da saúde mental e confiança das mulheres?
Tenho, tenho sentido muito. Acho que as pessoas têm às vezes alguma vergonha, se calhar, em dizer isso nos comentários, mas principalmente em mensagens privadas há muitas mulheres que dizem isso. Ficam contentes por ver outros testemunhos diferentes. Acho que não é tanto o tipo de corpo, mas o testemunho também é importante.
A nível de marketing, que estratégia melhor funciona para a marca?
Uma coisa que eu acho que resulta e acho que tenho feito isso em todas as campanhas é influenciadoras ou figuras públicas usarem as peças da Marma [Mafalda Castro, Ana Garcia Martins, Carina Caldeira e Bruna Gomes são alguns dos nomes que usam a marca]. E eu acho que à medida que o tempo vai passando é ainda melhor porque já criámos uma relação com algumas destas pessoas. Neste momento a maior parte das pessoas já não é a primeira vez que está a usar a marca e se voltam a usar é porque realmente gostam e se identificam e eu acho que isso é muito importante.