Silver Economy: Mais de 73% dos séniores consideram que não são valorizados pela sociedade

Portugal é o quarto país mais envelhecido do mundo, num ranking mundial liderado pelo Japão, país no qual um em cada três habitantes tem mais de 65 anos. A diferença é que na cultura nipónica, a experiência e sabedoria das gerações mais velhas é respeitada, valorizada e até admirada. Ora, no nosso país, os cidadãos…
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Um estudo realizado pela Maphre sobre a população com mais de 55 anos, revela que a larga maioria das pessoas acima desta faixa etária não se sentem valorizadas e que 52% acredita que a sua experiência profissional não é considerada relevante no mercado de trabalho.
Economia

Portugal é o quarto país mais envelhecido do mundo, num ranking mundial liderado pelo Japão, país no qual um em cada três habitantes tem mais de 65 anos. A diferença é que na cultura nipónica, a experiência e sabedoria das gerações mais velhas é respeitada, valorizada e até admirada. Ora, no nosso país, os cidadãos mais séniores sentem-se pouco ou nada valorizados pela sociedade, sobretudo no que diz respeito à sua contribuição para o mercado de trabalho.

Segundo um estudo realizado pelo Centro de Investigação Ageingnomics, da Fundación Mapfre, realizado em colaboração com a Google, 73% dos portugueses com mais de 55 anos sentem-se pouco ou nada valorizados pela sociedade, e apesar de se manterem dinâmicos e ativos no mundo do trabalho a sua experiência profissional não é tida em conta. O II Barómetro do Consumidor Sénior em Portugal revela que a população portuguesa com mais de 55 anos atinge aproximadamente 4,1 milhões de pessoas, ou seja 38% da população, sendo que a sua contribuição para a economia está em crescimento. Aliás, quase 49% desta franja etária conseguem fazer poupanças e, inclusive, 51% ajudaram financeiramente família e amigos no último ano.

O estudo da Fundación Mapfre mostra que, contrariamente à imagem que temos dos mais idosos em Portugal, este é um grupo com grande poder de compra e influência.

Destes mais de quatro milhões de pessoas, 18% situam-se na faixa dos 55 aos 59 anos, outros 18% dos 60 aos 64 anos e 17% entre os 65 e os 69 anos. Os maiores de 70 representam cerca de 47%. Analisando os seus hábitos de consumo, verificou-se que 49% dos séniores conseguem poupar, quer sejam reformados ou não. O research mostra assim que, contrariamente à imagem que temos dos mais idosos em Portugal, este é um grupo com grande poder de compra e influência.

Uma oportunidade para o turismo sénior

O turismo surge como uma clara prioridade: 69% planeiam viajar em lazer no próximo ano, com a maioria (58%) a preferir destinos dentro de Portugal, o que representa um impulso potencial de 2,3 milhões de pessoas para o turismo interno. Este dinamismo é complementado por um estilo de vida saudável, com 73% a cuidar da sua alimentação e 75% a realizar exames médicos preventivos, e uma grande autonomia: até aos 70 anos, oito em cada 10 conduzem pelo menos uma vez por semana. A integração digital é também uma realidade, com mais de sete em cada 10 a utilizar a internet para se informarem, usar redes sociais e realizar operações bancárias.

Porém, apenas 44% se sentem confortáveis em relação à sua situação económica, sobretudo para pessoas entre os 70 e os 79 anos. Apenas 47% confia que o sistema de pensões atual não está em risco no futuro e cerca de 81% não tem qualquer plano de reformas ou seguro contratado.

“Os dados mostram um claro desfasamento entre a significativa contribuição económica da população sénior e a sua perceção de valor social. Esta ‘Economia Prateada’ é um motor poderoso para o consumo e o turismo e uma fonte essencial de apoio familiar, refere Luís Anula, CEO da Mapfre Portugal. 

A maior percentagem dos seus gastos é canalizada para a alimentação e habitação, sendo que a saúde tem também um forte impacto nas despesas mensais. A faixa etária entre os 55 e os 64 anos é que a prevê gastar mais em 2026. Em termos de consumo, quase 7 em cada 10 inquiridos – cerca de 69% – tem planos para fazer viagens, o que representa um impulso para o setor do turismo. Destes, a maioria preferir destinos dentro de Portugal, ou seja, são 2,3 milhões de pessoas com potencial para o mercado do turismo interno.

Este dinamismo é complementado por um estilo de vida saudável, com 73% a cuidar da sua alimentação e 75% a realizar exames médicos preventivos, e uma grande autonomia: até aos 70 anos, oito em cada 10 conduzem pelo menos uma vez por semana. A integração digital é também uma realidade, com mais de sete em cada 10 a utilizar a internet para se informarem, usar redes sociais e realizar operações bancárias.

Luís Anula, CEO da Mapfre Portugal, refere a propósitos deste estudo que “Os dados mostram um claro desfasamento entre a significativa contribuição económica da população sénior e a sua percepção de valor social. Esta ‘Economia Prateada’ é um motor poderoso para o consumo e o turismo e uma fonte essencial de apoio familiar. É fundamental que as empresas, as instituições e a sociedade como um todo reconheçam esta realidade e criem as condições adequadas para aproveitar o enorme potencial desta geração”.

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