Está muito próximo dos 90% a percentagem de serviços públicos que já são disponibilizados online na União Europeia, mas as barreiras à digitalização ainda persistem. Estas são as conclusões da 21º edição do estudo eGovernement Benchmark Report, realizado pela consultora Capgemini, que avaliou 15 mil serviços governamentais na Europa, em cerca de 2.344 administrações públicas, entre centrais, regionais e locais. Este estudo revela que a EU está a preparar o caminho para alcançar o objetivo do Single Digital Governement, que visa simplificar e uniformizar o acesso aos serviços online, independentemente do país ou do prestador de serviços.
O mesmo relatório mostra ainda que 65% dos websites ainda não cumprem os oito critérios elencados pelas Web Content Acessibility Guidelines (WCAG), o que significa que a acessibilidade para os utilizadores com deficiências específicas não está garantida. Ou seja, utilizadores com deficiência visual, por exemplo, enfrentam barreiras de acessibilidade ao acederem aos serviços na maioria dos 27 países da União Europeia.
O research demostra ainda que 91% dos serviços prestados pelas administrações centrais, estão disponíveis online, o que compara com 71% dos serviços oferecidos pelas administrações locais, sendo que a boa notícia é que esta diferença diminuiu consideravelmente nos últimos quatro anos.
O estudo, que além dos 27 países da UE ainda incide sobre os países da EFTA (European Free Trade Association), mostra que, nos últimos quatro anos, se registou uma clara progressão na forma como os governos prestam serviços públicos através da internet. O foco no consumidor continua a ser a dimensão mais bem pontuada, com 93 pontos, sendo que a que observou a melhor evolução foi a dos serviços transfronteiriços, que passou dos 59 para os 66 pontos. Já o nível de desempenho global dos serviços subiu dois pontos face ao último estudo realizado há dois anos, e atingiu os 76 pontos.
O research demostra ainda que 91% dos serviços prestados pelas administrações centrais, estão disponíveis online, o que compara com 71% dos serviços oferecidos pelas administrações locais, sendo que a boa notícia é que esta diferença diminuiu consideravelmente nos últimos quatro anos.
Diferenças entre utilizadores nacionais e transfronteiriços
O relatório mostra que existem diferenças entre as nacionalidades dos utilizadores: os utilizadores nacionais têm à sua disposição online 88% de todos os serviços em formato digital e os transfronteiriços apenas 56%, o que significa que existe uma diferença entre a disponibilidade dos serviços online para os utilizadores transfronteiriços, embora esta tinha vindo a esbater-se nos últimos quatro anos. No entanto, esta franja da população ainda enfrenta muitas barreiras no acesso aos serviços online. A interoperabilidade é fundamental para melhorar estes serviços: elementos como a identificação eletrónica e a assinatura eletrónica podem ser facilmente adotados pelas pelos websites das administrações públicas, tornando os serviços mais uniformes e independentes.
Em 72% dos casos as informações pessoais encontram-se pré-preenchidas quando são necessárias para completar o serviço, o que contribui para simplificar as tarefas tanto para os cidadãos, como para as empresas.
Também o desenvolvimento das Inteligência Artificial (IA) vai ser um elemento fundamental da EU para se adaptar à era digital: 29% dos portais oferecem agora uma funcionalidade de suporte ao vivo com recurso a IA. A aposta nos serviços seguros também se está a consolidar: em 76% dos casos os utilizadores podem identificar-se através da sua identificação eletrónica nacional permitindo uma autenticação segura.
Em 72% dos casos as informações pessoais encontram-se pré-preenchidas quando são necessárias para completar o serviço, o que contribui para simplificar as tarefas tanto para os cidadãos, como para as empresas. Porém, o relatório revela que menos de 1% de todos os websites ultrapassaram com sucesso os testes dos 13 critérios de segurança, o que indica uma grande necessidade de reforço nesta área. Os países Baixos é o único país que cumpre todos os critérios.
Os avanços para smartphones estão a marcar terreno: os governos da União Europeia estão a adaptar os seus websites para os utilizadores de smartphones. Quando se trata da compatibilidade com os dispositivos móveis, mais de nove em cada dez de todos os websites da administração pública são responsivos (em 2017 apenas 60% era responsivo).