Segundo o Ageing Report de 2024, da Comissão Europeia, as pensões de reforma em Portugal poderão corresponder apenas a 38,5% do último salário, em 2050. Significa uma perda de rendimento superior a 60%. Este cenário reforça a necessidade de complementar a pensão de reforma com poupanças adicionais, salienta a Deco Proteste.
O reembolso do IRS (todos os anos, mais de 6 milhões de euros são devolvidos às famílias) e o subsídio de férias representam uma maior folga no orçamento dos portugueses. São uma boa oportunidade para investir ou poupar.
A Deco Proteste recomenda que se deve começar a poupar o mais cedo possível para a reforma, de forma regular, mesmo que com pequenas quantias. Existem algumas estratégias de investimento, como os PPR, que têm a vantagem de proporcionar benefícios fiscais, realça a defesa do consumidor. Para ajudar os consumidores a atingir o objetivo de preparar a reforma, a Deco Proteste disponibiliza o simulador Ganhe Mais no PPR, que permite conhecer as Escolhas Acertadas, isto é, os PPR que mais rentabilizaram nos últimos cinco anos, bem como permite comparar os planos de poupança-reforma dos consumidores com as recomendações da defesa do consumidor.
De forma a perceber quanto pode render o investimento em produtos que capitalizam, como os PPR, a Deco Proteste fez uma simulação de rendimento: se, durante 40 anos, investir 50 euros mensalmente, os rendimentos podem variar de 29 490 euros (1% taxa de rendimento) até 279 730 euros (10% taxa de rendimento). “A capitalização ao longo do tempo tem o condão de maximizar os rendimentos devido aos juros compostos (os juros ganhos são reinvestidos para gerar mais juros). Se se limitar a guardar o dinheiro numa conta à ordem, terá apenas 24 mil euros no fim do mesmo período. Em resumo, nada rende”, apontam os especialistas da Deco Proteste.
De acordo com a associação, o momento ideal para subscrever um PPR é por volta dos 30 anos de idade, quando se inicia a vida ativa. “No entanto, pode começar-se a qualquer altura, havendo produtos que se adaptam a qualquer uma das fases e dos valores. Inclusive, os consumidores podem subscrever PPR para os filhos desde tenra idade”, afirma a Deco Proteste.
“Se tem filhos e equaciona a subscrição de um PPR, opte por um PPR sob a forma de fundo de investimento ou de pensões – a Lei impede os menores de contratar PPR sob a forma de seguro (podem, no entanto, ser beneficiários)”, esclarece a associação.
De acordo com a Deco Proteste, os fundos PPR são mais adequados porque, como investem em ações, são potencialmente mais rentáveis no longo prazo: “Se aplicar 50 euros por mês durante 67 anos (portanto, desde o primeiro ano de vida da criança) a uma taxa de 10% ao ano, pode obter mais de três milhões de euros”.
“Os planos de poupança-reforma proporcionam benefícios fiscais, permitindo deduzir anualmente à coleta de IRS entre 300 a 400 euros, consoante a idade. Além disso, têm uma tributação mais favorável no momento do resgate (8% de imposto). Para quem tem mais de 60 anos, a lei permite o reembolso sem penalização fiscal em situações de desemprego, doença grave, incapacidade para o trabalho e pagamento da prestação da casa de habitação. Ou seja, os PPR podem ser um bote de salvação em períodos difíceis”, reforça a associação.