A crise vivida no país em relação aos serviços de urgências hospitalares não tem perspetiva de um fim próximo. A demora no atendimento é um dos problemas estruturais do sistema de saúde em Portugal, com esperas a ultrapassar as doze horas, segundo relatos dos utentes.
A situação caótica é observada de norte a sul do país e tem sido denunciada junto do Portal da Queixa. Este ano, já foram publicadas mais de 2.500 reclamações dirigidas aos prestadores de cuidados de saúde públicos e privados, sendo a obstetrícia o serviço onde mais surgem reclamações.
Reduzir custos poderá ajudar a resolver alguns destes problemas. A consultora ERA Group, especializada em otimização de processos e de custos, parceira de empresas como os CTT, a Dechlaton e a Auchan, propõem três estratégias para reduzir custos no setor de forma a garantir a sobrevivência e sucesso das organizações sem comprometer a prestação de cuidados e a satisfação dos utentes.
- Monitorizar despesas operacionais
A despesa corrente com a saúde em Portugal tem aumentado nos últimos anos, ultrapassando os 26 mil milhões de euros, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE). Uma fatia substancial destas decorre do consumo de eletricidade, de água e de gás necessários para o funcionamento de hospitais e clínicas. A implementação de estratégias eficientes de sustentabilidade pode permitir redirecionar esses investimentos para a melhoria dos serviços.
Dar prioridade a alternativas de utilização única mantendo o foco na manutenção de equipamento já existente, pode levar a poupanças significativas
A cadeia de abastecimento é também um dos gastos principais para o setor, e grande parte do problema recai sobre a diferença de preços que cria disparidades entre países produtores. Neste caso é importante procurar o melhor negócio em termos de preço-qualidade com a finalidade de encontrar a melhor solução para as instituições.
Otimizar custos nestas organizações também pode depender da minimização das despesas relacionadas com a aquisição e manutenção de novos equipamentos médicos. Dar prioridade, por exemplo, a alternativas de utilização única mantendo o foco na manutenção de equipamento já existente, pode levar a poupanças significativas a longo prazo ao evitar substituições dispendiosas.
2. Investir em tecnologia para automatizar tarefas
Investir em novas tecnologias pode revelar-se um fator crucial, para enfrentar os desafios que são crescentes no setor da saúde, são vários os casos onde a implementação das novas tecnologias é fundamental para a redução de custos. Além de permitir economizar tempo aos prestadores de cuidados, pode proporcionar uma experiência mais satisfatória aos utentes. Adotar soluções como telemedicina, inteligência artificial aplicada ao diagnóstico e tratamento, a digitalização de processos administrativos ou a gestão de stocks com localizadores em tempo real, pode melhorar as instituições com a capacidade de resposta ao serviço.
Novas tecnologias contribuem não só para melhorar a eficiência operacional, mas também para um ambiente de trabalho mais equilibrado e satisfatório para os profissionais.
Além de melhorar a prestação de cuidados, investir em novas tecnologias ajuda a mitigar a escassez de recursos humanos. Podendo reter mais profissionais, ao automatizar tarefas rotineiras, deixando apenas as tarefas vitais para continuidade do setor, para os prestadores de serviço. Desta forma, novas tecnologias contribuem não só para melhorar a eficiência operacional, mas também para um ambiente de trabalho mais equilibrado e satisfatório para os profissionais de saúde.
3. Adotar uma cultura resiliente e preparada para o imprevisível
O panorama imprevisível que o setor da saúde navega é muitas vezes suscetível a gerar consequências financeiras avultadas, e é fundamental que as instituições estejam preparadas para lidar com estes cenários inesperados. Conhecer as áreas mais fragilizadas e implementar uma mentalidade de aprendizagem e melhoria constante pode ser chave para combater estes cenários, adotando uma capacidade preventiva que pode ser colocada em ação. Investir em programas de prevenção de doenças ou promoção do bem-estar, são alguns dos exemplos de medidas que podem construir um setor forte e preparado para cenários inesperados, minimizando o impacto financeiro consequente.