De uma maneira geral, quais são as formas mais fáceis de integrar estas tecnologias nas estratégias de negócio?
Existem alguns exemplos mais claros e acessíveis como os NFTs, pagamentos crypto ou até mesmo criação de experiências digitais que toquem em questões como a descentralização. No entanto, é impossível entrar por uma via “fácil”, talvez uma via não tão complexa e de exemplos mais claros, contudo, toda a tecnologia blockchain tem a sua inerência de complexidade. E por isso é que surge o livro, de forma a desmistificar alguns termos e fazer com que marcas e entusiastas percebam como podem tirar partido da área e da nova indústria que certamente vai desafiar os sistemas económicos tradicionais.
Evitá-las neste momento já significa ficar para trás?
Acredito verdadeiramente que a tecnologia de blockchain permite desafiar sistemas, normas e trazer novas soluções a sistemas completamente centralizados em que o utilizador não tem controlo sobre os seus bens, informações e assets.
E que impacto podem ter nas empresas quando aplicadas?
O impacto depende bastante da estratégia implementada. Contudo, o impacto será sempre negativo quando apenas feito pela “hype” e especulação do momento, sem grande informação e conhecimento por detrás da dita inovação e passo digital que estão a dar. Infelizmente, temos vistos mais empresas e marcas a afirmarem-se no espaço por razões de press e visibilidade, mas o certo é que as empresas que se estão adaptar a estas tecnologias, formar as suas equipas e perceber a sua posição perante este “novo” mundo, estão indubitavelmente à frente da sua concorrência.
Como é que uma empresa decide qual destas tecnologias é mais relevante para o seu negócio?
Tudo depende da empresa em questão. Talvez para uma empresa de grande superfície como bens de supermercado, em que já trabalham com grandes descontos e campanhas promocionais, a integração de tokens e diferentes moedas virtuais sempre que uma compra é feita acaba por ser um cenário win-win, o que atrai efetivamente este tipo de consumidor. Já na área da moda ou até mesmo marcas em geral, blockchain permite uma maior transparência e mapear a chain desde a origem do produto até todas as suas etapas. Tópicos que tanto podem cultivar uma maior relação entre o consumidor e a marca como também incentivar a que este faça parte da sua comunidade e se envolva no lançamento e desenvolvimento de um próximo produto.
O que se espera destas tecnologias nos próximos anos?
Mais projetos, mais dinamismo e certamente mais complicação. No entanto, essa é a na verdade a lógica da evolução. Estranha-se, mas depois entranha-se. E com novos projetos a serem criados e desenvolvidos de forma regular vamos caminhar para uma simplificação da blockchain e como esta pode e deve estar inserida na nossa sociedade.
Porque é que foi importante ligar o lançamento deste livro a um projeto de solidariedade, a causa ENCONTRAR+SE?
De extrema importância e não faria sentido de outra forma. Blockchain, NFTs, metaverse, gaming, descentralização, surgiram com uma ideia e noção: abalar as coisas e gerar novos comportamentos. Por outras palavras, criar impacto. Atribuir valor. Dessa forma, seria impensável criar um projeto em Portugal sobre uma temática que somos tão fortes sem retribuir para a comunidade. Ainda para mais, a associação escolhida está bastante ligada à inclusão de pessoas com necessidades e condições mentais debilitadas no mercado de trabalho, dessa forma, sendo este um livro para empresas e profissionais, é sem dúvida, o desfecho perfeito.