Apesar de a Europa ser um continente reconhecido pela sua qualidade de vida, a verdade é que as desigualdades ainda são uma realidade. As disparidades salariais na Europa representam desafios acrescidos para a estabilidade económica, sobretudo para aqueles países que integram a União Europeia. Vários foram os países que avançaram com aumentos significativos dos seus salários mininos em 2025, sobretudo para combater a inflação, embora alguns apenas tenham feito ajustes modestos. Embora se tenham registado algumas melhorias anuais, o fosso entre os níveis médios de rendimento continua a ser substancial em toda a Europa, com consequências reais para a acessibilidade dos preços, a mobilidade laboral e o nível de vida.
A equipa de analistas da plataforma BestBrokers analisou estas movimentações salariais de 2024 para 2025 nos países europeus e ainda os salários médios por hora, em diversas capitais europeias. Este estudo retirou várias conclusões face a esta temática, da quais indicamos aqui algumas das principais. Assim sendo, a análise da Best Brokers mostra que o Luxemburgo continua a ser o líder europeu em termos de rendimento mínimo mensal, com um salário de 2.638 euros, enquanto a Arménia ocupa o último lugar, com apenas 183 euros de salário mínimo. Ou seja, existe aqui uma diferença superior a 30 vezes entre os trabalhadores com salários mais altos e mais baixos no continente europeu.
A Bósnia-Herzegovina foi o país que registou o maior aumento do salário mínimo para 2025, com um acréscimo de 64,69% em relação ao ano anterior.
O Luxemburgo apenas fez um ajuste de 2,61% neste valor de rendimento do trabalho, mas mantém ainda assim o lugar cimeiro do ranking. O top 3 dos salários mínimos mais altos é composto pelo Luxemburgo, pelo Reino Unido, com 2.98 euros de salário e a Irlanda, que atinge os 2.282 euros mensalmente. Os Países Baixos, com 2.193 euros e a Alemanha, com 2.161 euros compõem o ranking dos cinco países com rendimento mínimo mais elevado.
Por outro lado, a Bósnia-Herzegovina foi o país que registou o maior aumento do salário mínimo para 2025, o que representou um acréscimo de 64,69% em relação ao ano anterior. A Roménia ocupa o segundo lugar com um aumento menos significativo, mas ainda assim impressionante, de 22,78%, enquanto a Bulgária e a Croácia implementaram aumentos quase idênticos de 15,51% e 15,48%, respetivamente. A Sérvia fecha o top 5 dos maiores aumentos com um acréscimo de 13,79%.
Entre os países que fizeram aumentos mais modestos estão a Hungria, com 1,43%, seguida da Eslovénia, com 1,91%, e da França e da Bélgica, com aumentos de apenas 1,98% e 2,02%, respetivamente. Mesmo o Luxemburgo, que tem o salário mínimo mais elevado da Europa, registou apenas um aumento de 2,61%, um ajustamento comparativamente contido. Do lado oposto, a Arménia e o Chipre não fizeram qualquer ajustamento nos seus salários mínimos em 2025.
Os salários mínimos mais baixos na Europa
Do lado dos salários mais baixos, além da Arménia que é o único abaixo do limiar dos 500 euros mensais, está a Bulgária, com 551 euros, a Sérvia com 619 euros, a Hungria com 707 euros e a Letónia com 740 euros. É notório que existe uma diferença de rendimentos elevada entre a Europa Oriental e Ocidental, apontando para o desafio que muitos países enfrentam para alinhar o crescimento dos salários com o aumento do custo de vida e os valores de referência da União Europeia. Em Portugal, o salário mínimo de 2025 é de 840 euros mensais, apenas 100 euros acima do da Letónia. Espanha, por seu lado, colocou este valor nos 1.184 euros, uma diferença considerável face ao nosso país.
Zagreb, na Croácia, paga em média cerca de 1,41 euros por hora de trabalho, sendo este o salário por hora mais baixo da Europa. Os valores médios mais elevados se encontram em Berna, na Suíça, ascendendo a 40,01 euros por hora trabalhada.
A plataforma Best Brokers também analisou algumas capitais pelo valor médio por hora de trabalho. Este valor dão-nos uma ideia mais profunda da força do mercado de trabalho e da prosperidade económica global. A plataforma concluiu que os valores médios mais elevados se encontram em Berna, na Suíça, ascendendo a 40,01 euros, seguida do Luxemburgo, com um valor de 38,43 euros, e Copenhaga nos 30,65 euros. Berlim e Amesterdão completam os cinco primeiros lugares, oferecendo cada uma delas rendimentos médios por hora de cerca de 27 euros. “Estas cidades não só representam as zonas mais ricas da Europa, como também exemplificam a forma como os níveis salariais podem refletir uma competitividade económica mais ampla, o custo de vida e a especialização da mão de obra”, pode ler-se no estudo.
Do lado contrário Zagreb, na Croácia, paga em média cerca de 1,41 euros por hora de trabalho, sendo este o salário por hora mais baixo da Europa. No ranking dos piores segue-se Yerevan, na Arménia, com 2,90 euros e Sarajevo, na Bósnia e Herzegovina, surge com 4,90 euros. Em Tirana, na Albânia, os trabalhadores ganham cerca de 6,41 euros por hora e em Sófia, na Bulgária, esse valor é de 7,31 euros. Estes rendimentos baixos refletem as persistentes dificuldades de convergência de algumas regiões dos Balcãs e do Cáucaso.
Conheça a seguir quais os salários mínimos mais altos e mais baixos na Europa:
Top 5 dos salários mínimos mensais mais altos na Europa em 2025
1º Luxemburgo – 2.638 euros
2º Reino Unido – 2.398 euros
3º Irlanda – 2.282 euros
4º Países Baixos – 2.193 euros
5º Alemanha – 2.161 euros
Top 5 dos salários mínimos mensais mais baixos na Europa em 2025
1º Arménia – 183 euros
2º Bulgária – 551 euros
3º Sérvia – 619 euros
4º Hungria – 707 euros
5º Letónia – 740 euros
Top 10 das horas média do trabalho nas cidades europeias em 2025
1º Berna – 40,01 euros
2º Luxemburgo – 38,43 euros
3º Copenhaga – 30,65 euros
4º Reiquiavique – 30,24 euros
5º Londres – 30,09 euros
6º Bruxelas – 30,09 euros
7º – Berlim – 27,42 euros
8º Amesterdão – 27,17 euros
9º Oslo – 26,18 euros
10º Viena – 26,14 euros
(18º Madrid – 19,32 euros)
(23º Lisboa – 16 euros)
Fonte: BestBrokers.com