As tendências mundiais mostram que os ataques de malware estão a tornar-se cada vez mais direcionados e mais eficazes. Segundo o último estudo da NordPass, empresa gestora de palavras-passe para clientes empresariais e particulares, nos últimos quatro anos registaram-se cerca de 11 milhões de ataques de malware.
Os dados do Malware Threat Research 2020-2023 mostram que, de 2020 a 2022, o número de ataques de malware conhecidos passou de mais de 600 mil para perto de 5 milhões. Só nos primeiros nove meses de 2023, registaram-se mais de 2,7 milhões de ciberataques.
Em Bruxelas, por exemplo, legisladores da Comissão Europeia descobriram malware nos seus smartphones, o que gerou diversas preocupações quanto à confidencialidade do seu trabalho nesta importante instituição. Instituições governamentais de todo o mundo, como foi o caso da CISA, da NSA e do FBI, emitiram alertas para uma perigosa campanha de malware que há anos infeta dispositivos um pouco por todo o mundo.
Os investigadores descobriram que os seus principais alvos são os servidores na cloud, as contas de e-mail e as plataformas de redes sociais mais utilizadas.
Os investigadores da NordPass tentaram saber quais os países mais visados nestes ataques e as empresas/domínios mais hackeados. “Reparámos que os cibercriminosos estão a utilizar técnicas de pirataria cada vez mais sofisticadas e a direcionar os ataques com maior precisão, envolvendo instituições governamentais e infraestruturas críticas. Este ano, o FBI apreendeu centenas de routers infetados por malware que tinham como alvo infraestruturas críticas”, afirma, em comunicado, Tomas Smalakys, CTO da NordPass.
Os investigadores descobriram que os seus principais alvos são os servidores na cloud, as contas de e-mail e as plataformas de redes sociais mais utilizadas. Os seus autores procuram obter ganhos monetários, e o acesso a plataformas confidenciais dá-lhes trunfos para exigirem o pagamento de um resgate, vender dados ou explorar de alguma outra forma as contas roubadas.
O Brasil é o país mais atingido
O estudo mostra que o Brasil, os Estados Unidos e a Índia são os países cujos utilizadores da internet sofreram mais ataques de malware ao longo dos últimos quatro anos. Embora nenhum país europeu tenha entrado no top 10, a França ocupa o 15.º lugar e é o país com o maior número de utilizadores afetados por malware na Europa.
Estes são os 10 principais países:
- Brasil — 9,6 milhões de utilizadores afetados
- EUA — 6,9 milhões de utilizadores afetados
- Índia — 6,9 milhões de utilizadores afetados
- Indonésia — 5,4 milhões de utilizadores afetados
- Vietname — 3,6 milhões de utilizadores afetados
- Egito — 3,5 milhões de utilizadores afetados
- México — 3 milhões de utilizadores afetados
- Filipinas — 2,9 milhões de utilizadores afetados
- Turquia — 2,8 milhões de utilizadores afetados
- Paquistão — 2,8 milhões de utilizadores afetados.
As contas Google são as mais atacadas
“O malware rouba dados de lugares inimagináveis, incluindo folhas de Excel, navegadores e documentos de texto que muitas pessoas utilizam para guardar as suas palavras-passe e outras credenciais importantes. Os utilizadores da internet ainda não têm noção das consequências que estes ataques podem ter nas suas vidas. Se os hackers tiverem acesso, por exemplo, a uma conta Google, podem desde logo bloquear a sua vida digital, uma vez que muitos usam o Google para entrar noutras plataformas”, diz Tomas Smalakys.
Os domínios mais visados são os seguintes:
- Accounts.google.com – 8,2 milhões de registos roubados
- Facebook.com – 5,9 milhões de registos roubados
- Login.live.com – 5,6 milhões de registos roubados
- M.facebook.com – 3,2 milhões de registos roubados
- Instagram.com — 3,1 milhões de registos roubados
- Discord.com – 3,1 milhões de registos roubados
- Netflix.com – 3 milhões de registos roubados
- Roblox.com – 2,8 milhões de registos roubados
- Com.facebook.katana – 2,5 milhões de registos roubados
- Amazon.com – 2,4 milhões de registos roubados
- Paypal.com – 2,3 milhões de registos roubados
- Twitter.com – 2,3 milhões de registos roubados