A conferência “Doing Business Angola”, organizada pela Forbes África Lusófona e Jornal Económico, foi também palco para se homenagear uma figura empresarial da lusofonia. A escolha recaiu no fundador do grupo Nabeiro – Delta Cafés, Rui Nabeiro, que faleceu no passado mês de março. O legado e a aposta que fez em Angola numa altura em que as empresas portuguesas saíram do país são alguns dos argumentos que justificam a homenagem enquanto personalidade empresarial da lusofonia.
A revelação desta figura coube ao fundador do grupo Emerald e da Media Nove que integra a Forbes Portugal e África Lusófona, Jornal Económico e semanário NOVO, N’Gunu Tiny.
O empresário confessou que o nome de Rui Nabeiro reuniu o consenso e acabou por ser uma escolha fácil, já que, trata-se “de alguém que fez uma obra empresarial notável, alguém de grande humanismo e grande visão, de extrema simplicidade e autenticidade”.
E, para fazer jus a esta simplicidade e autenticidade do Comendador Rui Nabeiro, N’Gunu Tiny passou a palavra à diretora da Forbes Portugal e Forbes África Lusófona, Nilza Rodrigues, que fez uma das últimas entrevistas, em Campo Maior, ao homenageado. “Isto porque para a homenagem ser autêntica tem de ser feita por alguém que conheceu a pessoa”, afirmou o fundador da Media Nove. Nilza Rodrigues partilhou alguns momentos da conversa e de como esta foi uma entrevista que a vai continuar a marcar.
Houve ainda oportunidade de se visionar um vídeo de homenagem com o percurso do fundador do grupo Delta Cafés intitulado, “Momentos de uma vida”. Entre esses vários momentos, ficou a recordação de como Rui Nabeiro “colocou” Campo Maior no mapa de Portugal e do mundo com a sua marca Delta. Sem esquecer o facto de ter sido um humanista por convicção que não virava a cara a quem precisava.
Foi também destacada a determinação em manter a sede da empresa na vila alentejana, recordando-se um dos argumentos que repetia: “Quem pode tirar uma coisa de um sítio que lhe deu tanto?”. Uma determinação que o fez rejeitar sempre as ofertas milionárias que foi recebendo para vender a empresa e de retirar a sede de Campo Maior. “Uma família não se vende”, reiterou vezes sem conta.
Desapareceu o homem, mas não desapareceu o seu legado. E fica a certeza de que Rui Nabeiro foi a personificação de que lucro e solidariedade podem andar de mãos dadas.
Em representação da família Nabeiro, o neto e agora CEO do grupo, Rui Miguel Nabeiro, subiu ao palco – onde recebeu uma obra feita pelo artista angolano Rómulo Santa Rita com exemplares da revista Forbes e do Jornal Económico – para como disse agradecer a homenagem, tal como o avô o ensinara.
“Era um ser humano espetacular que me faz muito falta todos os dias. Inspirava-nos e continua a inspirar a todos”, sublinhou o gestor emocionado numa altura em que já se passaram quase sete meses do falecimento de Rui Nabeiro. Entre os vários ensinamento que recebeu do fundador da Delta Cafés, Rui Miguel Nabeiro salientou que “a grande lição incrível que fica e sendo uma pessoa consensual em Portugal e em Angola é que o propósito da nossa vida é estarmos bem e provocarmos o bem-estar. E que a criação de riqueza que, muitas vezes tanto almejamos, serve para provocar bem-estar a nós e à nossa comunidade”. E rematou dizendo que “é a maior inspiração que tenho. Era um homem único e irrepetível”.