A companhia petrolífera Repsol registou, entre janeiro e setembro deste ano um resultado líquido de 2.785 milhões de euros, o que representou uma quebra de 14% face ao valor alcançado no período homólogo. O exercício dos primeiros nove meses do ano decorreu num contexto em que os preços o petróleo e do gás foram significativamente mais baixos do que no mesmo período do ano passado. Já o lucro ajustado, que mede o desempenho do negócio, ascendeu a 3,8 mil milhões de euros, tendo a área industrial e a de clientes tido papel fundamental para alcançar estes resultados.
Nestes primeiros nove meses do ano, o petróleo bruto Brent foi transacionado a uma média de 82,1 dólares (cerca de 77,7 euros) por barril, 22% a menos do que no mesmo período do ano anterior. Também o preço médio do gás Henry Hub registou uma queda de 60%, para os 2,7 dólares (cerca de 2,55 euros) por MBtu. Porém, no último trimestre os cortes de produção e alguns países voltaram a fazer subir os preços, o que aliado à incerteza económica mundial a aumenta a volatilidade do mercado. O modelo integrado e a gestão da Repsol, orientados pelo Plano Estratégico 2021-2025, permitiram à empresa ter um desempenho sólido num ambiente imprevisível, com uma queda significativa dos preços das matérias-primas em relação aos seus níveis anómalos em 2022.
Objetivo: zero emissões líquidas
A Repsol avançou em comunicado que continuou a progredir no cumprimento dos seus objetivos estratégicos, que passam pela sua transformação numa empresa com zero emissões líquidas. Para isso avançou com o desenvolvimento de projetos industriais com baixo teor de carbono, aumentando a sua carteira de ativos renováveis e lançando uma oferta multienergia diferenciada para os clientes. Até setembro, os investimentos ascenderam a 4.362 milhões de euros, o que representou um crescimento de 82%. Em linha com a sua intenção de afetar 35% do total de investimentos do ano a projetos de baixo carbono, avançou sobretudo nos mercados espanhol e norte-americano.
2023 está a ser um ano de profunda transformação para a Repsol, com progressos significativos na descarbonização e na consolidação do nosso perfil multienergético, diz Josu Jon Imaz, diretor geral da Repsol.
A Repsol reforçou a sua carteira de geração renovável e a sua presença nos Estados Unidos com a aquisição da ConnectGen. Está ainda a finalizar o arranque da primeira fábrica de combustíveis renováveis em Espanha, situada em Cartagena. Em julho, anunciou também a instalação da segunda, no complexo industrial de Puertollano, e em outubro, iniciou a produção de hidrogénio renovável na refinaria de Petronor.
Josu Jon Imaz, diretor geral da Repsol afirmou: “2023 está a ser um ano de profunda transformação para a Repsol, com progressos significativos na descarbonização e na consolidação do nosso perfil multienergético. Num ambiente volátil como o atual, estamos a obter resultados sólidos, a aumentar a remuneração dos acionistas e a apoiar os nossos clientes”.