Rendas moderadas: afinal, quantas casas há para arrendar abaixo de 400€? E até 2300€? E acima de 2300€?

A definição que o Governo de Luís Montenegro deu a “rendas moderadas” causou muita celeuma por englobar arrendamentos até 2.300 euros. Mediante isto a plataforma mobiliária Idealista foi ver quantas casas há no mercado nacional com rendas moderadas. No terceiro trimestre de 2025, foram contabilizadas mais de 43 mil habitações no mercado de arrendamento português,…
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Os dados do portal imobiliário Idealista revelam que oito em cada 10 casas para arrendar no verão de 2025 possuem rendas entre 400 e 2.300 euros, abrangendo a maioria da oferta existente em grandes cidades, como Lisboa e Porto.
Imobiliário Negócios

A definição que o Governo de Luís Montenegro deu a “rendas moderadas” causou muita celeuma por englobar arrendamentos até 2.300 euros. Mediante isto a plataforma mobiliária Idealista foi ver quantas casas há no mercado nacional com rendas moderadas.

No terceiro trimestre de 2025, foram contabilizadas mais de 43 mil habitações no mercado de arrendamento português, distribuídas por 79 municípios com amostras representativas (ou seja, 50 ou mais imóveis). E a grande maioria destas casas (81% do total) está no mercado com rendas moderadas entre 400 e 2.300 euros. A maior oferta é observada em Lisboa, Porto, Cascais, Vila Nova de Gaia e Matosinhos.

Para incentivar os senhorios a colocar casas para arrendamento, o Governo decidiu que quem colocar casas para arrendar entre 400 e 2.300 euros/mês vai ter uma redução da taxa de IRS de 25% para 10%, se os contratos de arrendamento tiverem um prazo mínimo de três anos.

O Idealista constata que praticamente todos os municípios em análise possuem mais de metade das casas para arrendar dentro do intervalo de preços moderados – e com direito a benefícios fiscais para senhorios. É o caso da capital (73% do stock do concelho), do Porto (91%) e de Gaia (89%). A Figueira da Foz está em destaque, uma vez que todas as 233 casas no mercado de arrendamento estão enquadradas no conceito de rendas moderadas.

É nos municípios de Lisboa, Cascais, Porto, Oeiras e Loulé onde há maior número de casas para arrendar acima do limite superior das rendas moderadas (2.300 euros), as quais estão fora dos benefícios fiscais.

Contudo, em termos de valores relativos (entre o número total de casas no mercado de arrendamento e os valores de rendas praticados), os municípios com mais habitações acima do limite de 2.300 euros são Cascais (53%), Loulé (44%), Albufeira (31%), Lisboa (27%), Oeiras (25%), Funchal (25%), Faro (24%), Sintra (21%) .

Em Cascais, a oferta de habitações no mercado de arrendamento premium (53%) é superior ao stock de imóveis com rendas moderadas (47% do total). Por outro lado, neste município não foi contabilizada uma única casa com preços abaixo de 400 euros.

Rendas moderadas até 2.300 euros superam 80% das casas em Portugal.

Loulé (44%) e Albufeira (31%) têm também percentagens elevadas de casas com rendas acima de 2.300 euros. No caso de Lisboa, as casas com rendas mais elevadas representam 27% do total da oferta na capital. Em Oeiras, o número de casas cuja renda se situa acima de 2.330 euros/mês é de 25%. No caso da cidade do Porto, estas casas acima de 2.300 euros representam 9% da oferta.

Em todo o país, as casas com rendas acima de 2.300 euros representam 19% da oferta no arrendamento nacional no verão de 2025.

 

Já quem procura casas para arrendar por menos de 400 euros mensais – e também fora do conceito de renda moderada e sem direito a IRS a 10% sobre os rendimentos prediais – vai encontrar uma oferta muito escassa, representando menos de 1% do total nacional, salienta o idealista.

Em todo o país, as casas com rendas acima de 2.300 euros representam 19% da oferta no arrendamento nacional no verão de 2025. Por seu lado, casas para arrendar abaixo de 400 euros representam 1%.

A Covilhã é o município que apresenta maior peso dos imóveis com rendas baixas (15% do total municipal), seguida de Paredes, Vila Real e Bragança, onde a oferta de casas até este preço representa 7% do stock em cada concelho. Já em 49 municípios não foram registados imóveis residenciais com rendas abaixo de 400 euros, como é o caso de Lisboa e Porto.

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