Apesar de muito semelhantes nos negócios, os dois fundadores da startup Remote, o mais recente unicórnio de origem nacional, completam-se. Funcionam como o Yin e o Yang, o conceito oriental que defende que duas forças com energias opostas se complementam e coexistem em dualidade, trazendo o equilíbrio e harmonia. Se um está mais ansioso, mais preocupado, o outro equilibra o “barco”, e vão, assim, mantendo o leme daquela que já é considerada uma das empresas mundiais de crescimento mais rápido, ao atingir, em pouco mais de dois anos, o estatuto atribuído às empresas tecnológicas que são valorizadas em mais de mil milhões de dólares. Esta é uma empresa de trabalho remoto e distribuído que gere uma plataforma de contração dos melhores profissionais do mundo e que encontrou terreno fértil na crise pandémica, embora a tendência do teletrabalho já se fizesse sentir há alguns anos.
Embora fundada só em janeiro de 2019, a semente da Remote começou a germinar alguns anos antes. Quando em 2012, o português Marcelo Lebre e o neerlandês Job van der Voort, que fazia um doutoramento em Portugal na área das neurociências, se conheceram, por intermédio das namoradas – esposas atualmente –, a empatia foi quase imediata. Ambos jovens, com 25 e 26 anos, acreditavam que as pessoas deveriam trabalhar naquilo que realmente gostam e que deveriam fazer apenas o que as deixasse felizes. Unidos por esse princípio, que ambos sabiam ser a base da vida, quer pessoal quer profissional, começaram a maturar a ideia de criar o seu próprio projeto, um que incorporasse soluções com este propósito. A dupla, alimentada pelo desafio de criar algo que fizesse a diferença no mundo do trabalho, consagrava as suas horas livres, geralmente pela noite dentro, à procura de uma solução vencedora.
“Enquanto outras pessoas se dedicavam aos seus hobbies, a jogar futebol por exemplo, nós criávamos soluções próprias, que acabaram por nunca
sair do papel, mas que acreditávamos que pudessem trazer valor à sociedade. Com as nossas carreiras era muito difícil investir a energia necessária para lhes dar vida, mas sempre acreditámos em construir algo que trouxesse ao mercado do trabalho igualdade de oportunidades”, explica Marcelo Lebre, atual COO e CTO da Remote.
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