Cada década contribuiu com algo para a moda mundial, mas a de 90 deu mais do que tendências, deu à moda as supermodelos. “Era um núcleo de manequins conhecidas internacionalmente, eram desejadas, com corpos esculturais, altíssimas, eram umas superstar”, diz Diana Pereira à FORBES.
A nível internacional são nomes como Naomi Campbell, Linda Evangelista, Claudia Schiffer ou Cindy Crawford que depressa vêm à memória. Em Portugal, ainda que com carreiras que foram além-fronteiras, destacam-se, entre outras, Diana Pereira, Marisa Cruz, Sofia Aparício, Sofia Baessa e Nayma Mingas.
Fizeram algo que na altura só poderia acontecer assim, mas que hoje parece impossível. Enfrentaram o desconhecido e vingaram numa indústria sobre a qual não tinham muita informação, numa altura de mudança e com uma série de desafios à mistura. Ser manequim hoje em dia vem com uma enorme dose de informação. Antes de qualquer passo, os manequins têm a possibilidade de, através de uma pesquisa rápida na internet, perceber como as coisas funcionam seja no seu próprio país ou do outro lado do mundo. Nos anos 90 nada disto era possível.
“Quando comecei era uma descoberta constante, sem qualquer ideia do que ia encontrar. Era preciso ir pessoalmente aos castings, conhecer os fotógrafos e sempre com o book na mão. Hoje já ninguém usa um book, nem precisa viajar para dar a conhecer o seu trabalho, está tudo à distância de um clique”, diz Marisa Cruz à FORBES.
No que a Portugal diz respeito, as coisas não ficaram por aqui. Além das supermodelos, os anos 90 deram também à moda nacional – e internacional – um dos maiores nomes da indústria: Fátima Lopes. Natural da Madeira, a estilista começou o seu percurso em 1992, com a abertura de uma loja e a apresentação dos primeiros desfiles individuais. Ainda na década de 90, Fátima chegou a Paris, tornando-se a primeira portuguesa e integrar o calendário na semana da moda da capital francesa.
“Comecei em 1992 e tinha um estilo muito próprio. Era amada por uns, odiada por outros, mas ninguém era indiferente. Havia uma ‘sede’ de moda em Portugal, um nicho de mercado composto sobretudo por jovens que procuravam a diferença e eu era essa diferença”, diz Fátima à FORBES.
Diana, Fátima e Marisa deram os primeiros passos na década de 90, mas continuam a traçar carreiras de sucesso, seja na moda ou em outras áreas. As três são protagonistas da capa digital de novembro da Forbes Portugal. Leia as três entrevistas em breve, no website da revista
(Agradecimento especial ao Torel Palace Lisbon por disponibilizar o espaço para a sessão fotográfica)