O surf é um desporto ligado à natureza, não só pelos motivos óbvios, mas também pela atenção e o respeito que todos os praticantes e amantes da modalidade têm em relação ao ambiente. Logo, não é surpresa que um surfista tenha criado uma marca de pranchas ecológicas, nem que a matéria-prima seja a “velha” madeira.
José Antunes mudou-se para Óbidos com 12 anos e foi nessa altura que, com um grupo de amigos, se começou a aventurar nas ondas. A madeira entrou em cena quando começou a ajudar o pai a montar móveis.
Após o nascimento dos dois primeiros filhos, e a necessidade de lhes oferecer brinquedos com qualidade, surgiu o primeiro projecto relacionado com este material – o Tictictaco.com. Baseava-se na “construção de brinquedos e mobiliário de criança em madeira”, conta José à FORBES.
A construção de pranchas de madeira surgiu, uma vez mais, por necessidade. O material de kitesurf era muito caro e por isso optou por construir as pranchas.
As pranchas da Yoni Surfboards são feitas com madeiras nacionais. José já usou a madeira de choupo e de cedro-japonês, mas foi no agave que encontrou a mais leve de todas.
Construídas de forma artesanal, as pranchas são ocas e demoram entre 50 a 80 horas a serem feitas. A grande diferença entre estas e as outras pranchas é a durabilidade.
José explica que “estas pranchas podem ser ligeiramente mais pesadas”, o que as torna menos flexíveis. Por outro lado, têm a vantagem de serem quase inquebráveis. “Em 300 pranchas construídas apenas uma partida”, diz.
Associado às Yoni está também o projecto “Shape & Stay”, onde terá a oportunidade de construir a sua própria prancha. Esta é uma forma de dar a conhecer a marca, mas também de divulgar “um surf mais sustentável”, afirma.