Portugal participa pela primeira vez no Concurso Internacional de Gastronomia Profissional Chef Balfegó que reconhece os cozinheiros que melhor trabalham o atum-rabilho, um dos produtos estrela na gastronomia a nível mundial. O Chef Rafael Gomes, do restaurante Escama, no Porto, é o escolhido para representar Portugal na final da 6.ª edição do Concurso promovido pelo grupo espanhol Balfegó que se dedica à pesca, cuidado, estudo e comercialização de atum-rabilho, sendo uma das maiores exportadoras do mundo. O finalista português vai competir a 23 de outubro, em Espanha, com Chefs espanhóis, italianos e alemães para trazer o título de vencedor. Em entrevista à FORBES fala das expetativas sobre o concurso e não esconde o sonho de vir a ter um espaço em nome próprio. O evento terá lugar na escola Internacional de Cozinha Le Cordon Bleu de Madrid.
Quais os “ingredientes” que ajudaram a que fosse escolhido pelo júri para representar Portugal na final da 6.ª edição do Concurso Chef Balfegó?
Acredito que o meu prato tenha sido escolhido pela valorização do atum e das técnicas. Acho que, em relação aos restantes concorrentes, que apresentaram maioritariamente pratos de sushi, atingi mais o pretendido, porque o Concurso Chef Balfegó é mais direcionado à alta cozinha.
Agora a final será em Espanha. Quais os trunfos que considera ter para trazer o prémio para Portugal?
Desde que venci tenho algum apoio de alguns Chefs nesse sentido. A força de vontade é o meu grande trunfo. Vou treinar muito para a final, que vai ser exigente e vou tentar potenciar ao máximo as técnicas da gastronomia moderna para valorizar e elevar a cozinha portuguesa que tem ótimos sabores e combinações.
No seu dia a dia, enquanto Chef, como se pode caraterizar a sua “cozinha”?
Neste momento, no restaurante Escama, é uma cozinha mais de conforto e de ingrediente. O Escama é um restaurante de peixe e marisco. Aposto sempre na qualidade do produto. A minha cozinha é uma cozinha de ingrediente, de simplicidade e conforto. A brasa é também um dos meus pontos fortes que levo para o concurso.
Onde se inspira para criar os seus pratos?
A minha inspiração vem do que como, do que vivo e do que vejo. As bases são o que aprendi ao longo da minha carreira. Vou sempre acompanhando também o trabalho de Chefs reconhecidos que me inspiram muito.
Na sua carreira já conta com uma experiência internacional passando por restaurantes com estrela Michelin. De que forma a experiência no exterior marcou o seu percurso?
A experiência internacional marcou, sem dúvida, o meu percurso, sobretudo no conhecimento de outros ingredientes, culturas e técnicas. Estar fora cria outra maturidade e vontade. É uma enorme aprendizagem.
Como vislumbra a carreira no futuro? Tem planos de ter um espaço em nome próprio?
Na realidade, tudo depende das oportunidades que surjam. Ter o meu negócio, um espaço em nome próprio, seria, claro, uma grande vontade e o realizar de um sonho.