A história do Quinta da Côrte Vinho do Porto Tawny 30 anos – Pipa 28 é sui generis. Tudo começou em 2013, após a compra da Quinta pelo empresário francês Phillipe Austruy, detentor da Vignobles Austruy, que entregou a desafiante tarefa de dirigir a propriedade a Marta Casanova, enóloga e diretora geral da Quinta da Côrte.
Marta Casanova partiu à descoberta da antiga Adega do Vinho do Porto: “A minha visão do Vinho do Porto é mais do que ver e beber um vinho, é pensar na sua história e no trabalho que outros tiveram e no tempo que ficou ali a envelhecer”.
Assim, tomou a decisão de se dedicar durante vários dias à prova dos vinhos encontrados nas 50 pipas existentes e fazer ensaios: “Tratei cada pipa individualmente. Retirei o vinho para arejar, corrigi com aguardente os que precisavam e classifiquei-os e lavei por dentro e por fora cada pipa. Depois voltei a pôr o vinho de volta na sua pipa de origem”.
Seis meses passaram e os resultados não enganavam – quando voltou a provar todos os vinhos a diferença foi notória e “são esses vinhos que servem de base para os vinhos mais velhos da Quinta da Côrte: Os Vinhos do Porto Tawny”, partilha Marta Casanova as suas memórias da descoberta da Adega de Vinho do Porto, das pipas e vinho adquirido.
A surpresa da Pipa nº28
Foi, no entanto, a Pipa nº 28 que causou maior surpresa: “Mantive o vinho na mesma pipa, só arejando de vez em quando, e deixei evoluir. Cada vez que provava dizia: ‘Não, este não vai entrar nos lotes de 10 e 20 anos. Este tem de ser mais especial e único!’”, conta.
O tempo provou que a enóloga estava certa, já que o Vinho do Porto Tawny 30 anos – Pipa 28 é um vinho com características excecionais: “De cor âmbar, é complexo, notas terciárias a conferirem densidade e profundidade. É muito fresco e equilibrado”.
Por outro lado, há outras particularidades que tornam este Vinho do Porto tão especial, além de ser exclusivamente de uma só pipa, “foi aprovado como 30 anos pelo IVDP [Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, n.d.r.], mas parece ter muito mais”, revela a enóloga.
Este Tawny resulta de uma mistura de castas antigas com uma idade média superior a 80 anos, entre elas castas tradicionais, tais como a Tinta Barroca, a Tinta Roriz, a Rufete e a Tinta Amarela.
“De cor dourada com reflexos de acaju, este Vinho do Porto com uma grande classe, seduz imediatamente pela complexidade dos seus aromas: passas de corinto, alcaçuz, canela, citrinos cristalizados, café, castanha de caju, caramelo, nozes… Doce e harmonioso na boca é muito saboroso, equilibrado e com frescura, que evolui até um final longo, rico e limpo. Por isso, é ideal para harmonizar com charutos ou sobremesas frescas e doces à base de laranja. Ou apenas para desfrutar de um copo e poder apreciar a sua qualidade em pleno”, referem os especialistas da Quinta da Côrte.
Todos estes aspetos ornam este um verdadeiro tesouro do Douro e muito exclusivo, já que apenas foram produzidas 220 garrafas.
Este Vinho do Porto Tawny 30 Anos – Pipa 28 é, por isso, dedicado aos verdadeiros apreciadores, tendo um preço de venda ao público de 525 euros por garrafa.
No coração do Douro, a Quinta da Côrte é composta por 24 hectares de parcelas, situando-se a cerca de 3 km do Pinhão.
Antiga propriedade das famílias locais Pacheco & Irmãos, a Quinta da Côrte produziu durante vários anos uvas e, às vezes, alguns lotes de vinho que eram vendidos aos grandes nomes do vinho do Porto, como Delaforce, Croft, Taylor’s e Ramos Pinto.
Em 2012, Philippe Austruy, proprietário de várias propriedades em França e uma em Itália, compra esta quinta, empreendendo uma recuperação de fundo em toda a propriedade, tanto ao nível da vinha como da adega.