A Bondstone, sociedade gestora de fundos imobiliários, fundada pelo português Paulo Loureiro, anunciou que vai investir cerca de 700 milhões de euros no Algarve. Trata-se de um investimento realizado no projeto residencial Arcaya, localizado na Quinta do Morgadinho em Vilamoura que, numa primeira fase, trará ao mercado 48 villas, com áreas de 240 metros quadrados, e preços de lançamento na ordem dos 1,9 milhões de euros.
Desenhadas pela Battleiroig, gabinete de arquitetura espanhol, as villas, inseridas numa floresta de 68 hectares, serão construídas com recursos a práticas com foco na preservação dos ecossistemas, com estrutura em madeira e construção off-site. Estas práticas minimizam o impacto ecológico, promovendo aos residentes uma experiência de imersão na natureza. A primeira fase deverá estar concluída nos próximos 12 meses.
Cada tipologia – têm no máximo 4 quartos -, é composta por dois pisos e combina harmoniosamente o espaço interior com o exterior, composto por jardins e terraços e piscina privada. O design de interiores das três primeiras casas ficou a cargo da Andrez Andrez Interiors e explora linhas minimalistas acolhedoras, combinando tons orgânicos com o cenário natural circundante.
Quem é Paulo Loureiro, o investidor por detrás do projeto
Fundador e CEO da Bondstone, o executivo Paulo Loureiro tem vasta experiência internacional no setor financeiro, imobiliário e energético, tendo concluído um mestrado em Matemática e Física e um MBA na Booth School of Business da Universidade de Chicago.
Antes de fundar a sociedade fora diretor executivo da Morgan Stanley, em Nova Iorque, onde esteve durante 17 anos. Foi em 2016 que se lançou na estruturação de projetos imobiliários em Portugal, com recursos a capitais próprios, criando então a Louvre Capital. O seu primeiro investimento foi a aquisição de um projeto imobiliário em Lisboa, um investimento de 8 milhões de euros destinados à construção de 21 apartamentos de luxo.
Já em 2017 a empresa abriu o primeiro escritório em Lisboa e somou ao seu portefólio mais três projetos, num valor total de 55 milhões de euros. O negócio continuou a crescer e em 2019, já com uma equipa de 10 pessoas, anunciou um novo investimento na Foz do Douro, o Greenstone, surgindo depois, em 2020, a nova identidade do grupo. Este passou a designar-se de Bondstone e estabelece-se como uma private equity, sendo que, em 2023, se transforma em Sociedade Gestora de Fundos Imobiliários, regulada e supervisionada pela CMVM. A Bondstone conta com uma carteira de 12 ativos imobiliários – entre os quais o projeto Bloomia, no Belas Clube de Campo -, que em conjunto representam um valor bruto de desenvolvimento acima dos mil milhões de euros.
Leque de investidores da Europa, dos Estados Unidos e da Ásia
Segundo fonte da Bondstone, o executivo está acompanhado por vários investidores institucionais, family offices e investidores individuais de elevado rendimento, que provêm sobretudo do Reino Unido, dos Estados Unidos, da França e do sudoeste asiático. “A diversidade geográfica dos investidores reflete a atratividade global da proposta de valor da Bondstone e a confiança no seu potencial de gestão e crescimento, assim como a atratividade de Portugal como um país de investimento no sector imobiliário”, explica a mesma fonte.
A equipa atualmente é compota por 25 colaboradores especializados que procuram criar valor para os seus investidores. A sua estratégia de negócio passa pela captação de investimento internacional (maioritariamente dos EUA e Europa), integralmente canalizado para o mercado imobiliário. A empresa dá como exemplo o Bloomia, projeto residencial lançado em abril de 2024 que ao fim de duas semanas tinha 95% das unidades da primeira fase reservadas.
Desde a sua criação, a Bondstone estruturou uma carteira de ativos com um valor bruto de desenvolvimento superior a mil milhões de euros.
Escusando-se a referir o seu volume de negócios, a empresa refere que este tem vindo a crescer, sendo que, em 2023, o crescimento foi de dois dígitos. Desde a sua criação, a Bondstone estruturou uma carteira de ativos com um valor bruto de desenvolvimento superior a mil milhões de euros. O termo “valor de desenvolvimento” corresponde ao valor de venda projetado das 1.000 unidades que o grupo vendeu, ou está atualmente a desenvolver, e que se espera que venham a ser vendidas no futuro. Adicionalmente, os Ativos sob Gestão (AuM) estão avaliados em 500 milhões de euros, e representam o valor de mercado atual dos investimentos que a Bondstone gere, no momento, em nome do seu grupo de investidores.