Ela voltou.
Depois de ter anunciado que se iria retirar das Olimpíadas de Tóquio, por questões de saúde mental, a norte-americana Simone Biles regressou à competição, conseguindo o bronze na trave. O regresso da ginasta foi uma bênção para a NBC, que tem transmitido os Jogos para os EUA, e para os patrocinadores da atleta ou Biles não fosse uma das desportistas mais vendáveis dos Jogos Olímpicos.
De acordo com estimativas da Forbes, Biles ganha, pelo menos, 5 milhões de dólares (4,2 milhões de euros) anuais em patrocínios, somando uma dúzia de parceiros: Athleta, os produtos para a pele SK-II, Visa, United Airlines, Oreo, batidos de fitness Core Power, alinhadores de dentes Candid, vestuário de ginástica GK Elite, equipamento de ginástica Spieth America, Uber Eats, MasterClass e Facebook Watch.
A cotação de Biles é superior à de muitos outros atletas olímpicos famosos, caso da nadadora norte-americana Katie Ledecky, de 24 anos, que conseguiu um triplo ouro nos 800 metros livres, se considerarmos os Jogos de Londres 2012 (onde triunfou com 15 anos de idade), Rio 2016 e agora Tóquio 2020.
Ledecky, que passou a somar sete ouros e três pratas nas Olimpíadas, além de 14 medalhas de ouro em campeonatos mundiais, arrecada – de acordo com estimativas da Forbes – cerca de 3 milhões de dólares (2,5 milhões de euros) por ano de patrocinadores, entre os quais se encontram Adidas, Ralph Lauren e a marca Hershey’s Reese.
Outros atletas bastante lucrativos da equipa dos EUA são a futebolista Alex Morgan, com 5 milhões de dólares (4,2 milhões de euros), e a estrela do basquetebol feminino Sue Bird, com um milhão de dólares (842 mil euros).
Atleta | Modalidade desportiva | Valor anual de patrocínios | |
em dólares | em euros | ||
Simone Biles | Ginástica | 5 milhões de dólares | 4,2 milhões de euros |
Alex Morgan | Futebol | 5 milhões de dólares | 4,2 milhões de euros |
Katie Ledecky | Natação | 3 milhões de dólares | 2,5 milhões de euros |
Sue Bird | Basquetebol | 1 milhão de dólares | 842 mil euros |
Fonte: Justin Birnbaum/Forbes |
Velocista Usain Bolt
Ainda assim, o valor de mercado de Biles aos olhos dos patrocinadores não chega nem de perto de alguns dos atletas mais bem pagos que passaram pelos Jogos Olímpicos.
Em 2016, a Forbes estimou que o velocista jamaicano Usain Bolt arrecadou 32,5 milhões de dólares (27,4 milhões de euros) num único ano, com surpreendentes 30 milhões de dólares (25 milhões de euros) em ganhos fora da pista (o seu contrato com a Puma na época valia cerca de 10 milhões de dólares anuais, cerca de 8,4 milhões de euros).
Quatro acima de 100 milhões de dólares
E mesmo essa cifra não se destacaria na lista da Forbes dos atletas mais bem pagos do mundo, que este ano incluía quatro atletas que ganharam mais de 100 milhões de dólares (84 milhões de euros) em 12 meses.
Apesar da trave ter encerrado a campanha olímpica de Biles, a fenomenal ginasta vencedora de 25 medalhas em campeonatos mundiais, das quais 19 de ouro, tem ainda uma grande oportunidade de potenciar ainda mais a sua marca, graças ao seu elã.
No final de setembro, Biles deve alinhar na Gold Over America Tour, que contará com Biles e outras ginastas de destaque, como Jordan Chiles e Laurie Hernandez, as quais se apresentarão em 35 cidades dos EUA.
Biles fora da competição
Fora do ambiente da competição, Biles tem estado na ribalta ao expressar o seu empenho pela justiça social, ao manifestar o seu apoio ao movimento Black Lives Matter e ao dar a cara contra o abuso sexual que ela, e muitas das suas companheiras de equipa, enfrentaram nas mãos do ex-médico de ginástica dos EUA, Larry Nassar.
Seja aquilo que o futuro vier a trazer, o legado de Biles já está definido: a jovem está já na história como a ginasta mais condecorada na história (a par da ex-ginasta soviética nascida na Ucrânia, Larisa Latynina, com 32 medalhas entre mundiais e Jogos Olímpicos) e o seu brilhantismo levou a que quatro exercícios ostentem o seu nome, o que ilustra bem o seu domínio.
E agora pode bem ter passado a ser, igualmente, uma embaixadora para os problemas da saúde mental, em especial, a dos altamente pressionados atletas de alta competição.