Portugal ocupa o 18º lugar no ranking RepCore Nations 2022, realizado pelo Reputation Lab, consultora especializada na medição e gestão da reputação. O estudo analisa a reputação das 60 maiores economias do mundo, aos olhos dos cidadãos do G7 – o grupo dos países mais industrializados.
O índice de reputação de Portugal foi classificado como forte, à semelhança de países como Reino Unido, França ou Alemanha.
Para aferir este resultado, o RepCore Nations mede sentimentos como admiração, respeito e confiança.
Já os 22 atributos racionais estão agrupados nas dimensões qualidade de vida, solidez das instituições, nível de desenvolvimento, ética e responsabilidade social e fator humano.
“A medição deste ativo intangível representa uma importante vantagem competitiva para o país, capaz de promover a exportação de produtos e serviços, atrair turistas, talento e investimento estrangeiros”, refere o Reputation Lab.
Principais pontos fortes de Portugal…
De acordo com a perceção dos cidadãos do G7, os principais pontos fortes de Portugal são a conduta ética e responsável, assim como a estabilidade das instituições. “Destaque ainda para a transparência e ausência de corrupção, a utilização eficiente dos recursos públicos, a eficácia do Governo e instituições nacionais, à frente dos quais estão líderes respeitados. Portugal recebeu também uma avaliação positiva no respeito pelos direitos humanos e combate às alterações climáticas”, indica este instituto.
Ainda na senda das mais-valias e de acordo com o RepCore Nations, o país está associado a uma boa qualidade de vida, marcada pela segurança, estilo de vida atrativo e uma população acolhedora. A encerrar os aspetos mais positivos, os sucessos desportivos do país contribuem também para a sua boa reputação.
… e principais pontos fracos
No extremo oposto, as maiores fragilidades apontadas a Portugal estão relacionadas com o desenvolvimento económico, empresarial e tecnológico, assim como o reconhecimento internacional de marcas e empresas portuguesas. Menos positivas são também as perceções sobre a qualidade dos produtos, o património cultural e a qualidade do sistema educativo.
De acordo com o RepCore Nations 2022, o Canadá é o país com melhor reputação, entre as 60 economias avaliadas, seguido pela Suíça, Finlândia, Noruega e Suécia.
O top 10 fica completo com Nova Zelândia, Austrália, Dinamarca, Holanda e Irlanda. No fim da tabela está a Rússia, uma posição decisivamente influenciada pela guerra na Ucrânia, e é acompanhada nos últimos lugares por Iraque, Irão e China.

Segundo Fernando Prado, partner do Reputation Lab e diretor do estudo, “trabalhar na marca do país representa um significativo retorno económico, já que permite demonstrar empiricamente que a boa reputação tem impacto no turismo, na captação de investimento estrangeiro e aumento das exportações”.
O especialista sublinha também o impacto deste ativo intangível na capacidade negocial das nações: “Um país com boa reputação tem uma influência na comunidade global superior à que o seu potencial económico e militar lhe daria, o chamado soft power”.
Dados obtidos entre março e abril de 2022
Os dados foram obtidos entre março e abril de 2022, com uma amostra de 37.742 pessoas, 22.610 das quais nos G7 (EUA, Canadá, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Japão), e as restantes na Rússia e China. O estudo conta ainda com 15.132 entrevistas realizadas em mercados de outros países.
O modelo RepCore Nations inclui o indicador de reputação emocional global, que é explicado por 22 atributos racionais, incluindo a gestão eficiente dos recursos públicos, segurança, governo e instituições eficientes, lazer e cultura, e a luta contra as alterações climáticas. Estes 22 atributos estão agrupados em cinco dimensões, avaliadas num regime de ponderação. A ética e responsabilidade é a dimensão que tem maior peso, com 24%, seguida pelo nível de desenvolvimento com 22,9%, qualidade de vida, 20,5%, qualidade institucional, 20,3% e fator humano com 12,4%.