O Purosangue é o primeiro Ferrari de quatro portas e quatro lugares da história da marca italiana, surgindo na forma de SUV, pese embora a casa de Maranello recuse colar o termo SUV ao modelo.
Os puristas do construtor poderão “torcer o nariz” à opção crossover, por desvirtuar a tradição Ferrari, porém, se nos lembrarmos que quando a Porsche avançou para o seu primeiro SUV, o modelo Cayenne, esta avaliação depreciativa foi igualmente feita por muitos e que os SUV na Porsche se revelaram um êxito comercial, vai ser interessante perceber qual o efeito deste Purosangue na companhia de Maranello, sendo claro que a Ferrari chegou tarde à moda dos SUV de luxo, categoria que tem como alguns dos seus intérpretes portentos como o Lamborghini Urus, o Rolls-Royce Cullinan, o Bentley Bentayga, o Aston Martin DBX ou o Maserati Levante.
Mas para garantir um equilíbrio entre um crescimento das vendas e a exclusividade e a imagem de luxo da marca, a Ferrari decidiu limitar a produção deste crossover a apenas 3000 unidades por ano – uma opção para não criar uma pressão de desvalorização no construtor. Na prática, isto fará com que o Purosangue nunca represente mais do que 20% do total de vendas do fabricante.
Do ponto de vista do design, o Purosangue tem ares do modelo Roma e uma abertura das portas ao estilo suicida (as portas traseiras abrem de forma oposta às da frente).
Apesar deste ser o Ferrari mais alto dos 75 anos da marca, com os seus 1,589 metros, o modelo ostenta uma altura menor do que os tradicionais SUV, facto que lhe diminui o centro de gravidade e ajuda a torná-lo mais dinâmico.
Por dentro, a inspiração vem do SF90 Stradale, com o mesmo painel de instrumentos digital com ecrã de 10,2″.
Os quatro bancos são individuais e podem ser ajustados e reclinados eletricamente, além de terem aquecimento.
No Purosangue, o motor ocupa uma posição dianteira e a transmissão está na zona posterior do modelo, com a unidade de transferência de potência a localizar-se em frente ao motor para criar um conjunto de tração integral e uma distribuição de peso de 49:51, uma relação equilibrada para potenciar as prestações.
Os engenheiros da Ferrari montaram no SUV uma evolução do 6.5 V12 naturalmente aspirado com 725 cv às 7.750 rpm e 716 Nm de binário às 6250 rpm. A Ferrari declara que 80% do binário máximo está disponível a partir das 2100 rpm. O modelo tem uma caixa de dupla embraiagem de oito velocidades. Com este conjunto, o modelo atinge os 310 km/h de velocidade máxima, acelera de 0 a 100 km/h em 3,3 segundos e, apesar dos seus 2033 kg, “voa” até aos 200 km/h em 10,6 segundos.
Feito de alumínio e aço de alta resistência, o chassis possui um teto de fibra de carbono para ajudar na redução de peso.
O modelo também utiliza diversas soluções aerodinâmicas para reduzir o arrasto e proporcionar performances o mais próximas possíveis dos desportivos da marca.
Quanto a preços, as informações apontam para que venha a custar na ordem dos 450 mil euros.