O primeiro-ministro lamentou que o Estádio Nacional, a “joia da coroa” do complexo desportivo do Jamor, tenha sido negligenciado durante décadas, cenário que o protocolo de colaboração para a dinamização e reabilitação do recinto, assinado esta sexta-feira, pretende contrariar.
António Costa advertiu que o estádio, inaugurado em 10 de junho de 1944 e que tem anualmente como ponto alto a realização da final da Taça de Portugal de futebol, “é uma notável peça arquitetónica”, mas não deve resumir-se a um “sítio arqueológico”, durante a cerimónia, realizada na tribuna presidencial.
“No conjunto do complexo desportivo do Jamor, ao longo destas décadas, têm sido vários os investimentos (…), mas houve um equipamento, estranhamente aquele que parece ser a joia da coroa deste complexo, que, por razões diversas, não acompanhou a revitalização e a modernização”, assinalou.
Para estabelecer os princípios e condições para a reabilitação do Estádio Nacional, foi assinado um protocolo, que reuniu as três federações utentes do recinto (atletismo, futebol e râguebi), a Câmara Municipal de Oeiras (CMO), o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e a Direção Geral do Património Cultural (DGPC).
“Infelizmente, este estádio já não tem hoje condições para acolher certas provas internacionais. E é uma pena que não tenha. É uma pena para as modalidades, para a produção do desporto, para a competitividade do país”, lamentou António Costa.
O primeiro-ministro exemplificou com o “enorme desafio” que representa, todos os anos, a organização da final da Taça de Portugal, tanto masculina, como feminina, a fim de “encontrar condições minimamente adequadas” para a sua realização, desde logo, a nível da segurança.
“Todos juntos vamos conseguir fazer deste Estádio Nacional o que ele merece ser para celebrar os seus 80 anos, que é um espaço contemporâneo, adaptado às realidades de hoje e que permita, com toda a segurança, vir a ser palco das mais relevantes provas desportivas”, afirmou.
António Costa lembrou a intervenção efetuada no Palácio Nacional da Ajuda, que foi “preservado em toda a sua riqueza patrimonial”: “Ora, se é possível fazer na Ajuda, como não será possível fazer no Estádio Nacional do Jamor? Seguramente, será possível e vai ser possível”, assegurou.
O presidente da CMO, Isaltino Morais, também usou a expressão “joia da coroa” para definir o Estádio Nacional, destacando o “passo significativo” para a sua reabilitação que representa a assinatura do protocolo, cujas propostas resultantes serão avaliadas pelo IPDJ e a DGPC, organismos que estiveram representados pelos presidentes, Vítor Pataco e João Carlos dos Santos, respetivamente.
A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, defendeu que a cerimónia realizada na tribuna presidencial “é um passo na corrida fundo para apoiar o desporto”, uma corrida que, antecipou, encontrará “muitos obstáculos”.
Além de António Costa, Ana Catarina Mendes, Isaltino Morais, Vítor Pataco e João Carlos dos Santos, estiveram também presentes o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, e os presidentes das federações portuguesas de atletismo (Jorge Vieira), futebol (Fernando Gomes) e râguebi (Carlos Amado da Silva).
Lusa