O fotovoltaico está em franco crescimento e Portugal surge bem posicionado para continuar a estar no foco dos investidores. Esta segunda-feira fica, de resto, marcada por duas notícias de projetos de energia solar fotovoltaica que atestam que o nosso país está na rota do solar.
Assim, a Lightsource BP, uma joint venture de 50:50 com a BP, anunciou hoje ter assegurado um novo pacote de financiamento de 1,8 mil milhões de dólares (cerca de 1,5 mil milhões de euros) que irão servir para desenvolver 25 gigawatts (GW) de energia solar no âmbito da sua estratégia global de crescimento.
O financiamento será fornecido por 10 instituições financeiras globais de primeira linha: BNP, SocGen, Santander, Natwest, Lloyds, Mitsubishi UFJ Financial Group, Sumitomo Mitsui Banking Corporation, Canadian Imperial Bank of Commerce, Toronto Dominion e Wells Fargo.
O investimento “sustenta as ambições de crescimento e a estratégia de execução” da empresa “à medida que continua a acelerar a implantação da energia solar nas regiões EMEA, América e Ásia-Pacífico”.
Relativamente a Portugal, em maio último, a Lightsource BP anunciou ter fimado uma parceria de co-desenvolvimento com a INSUN para cinco projetos solares de grande escala. No conjunto, os projetos visam acrescentar mais de 1.35 GW de energia renovável com baixo teor de carbono à matriz energética de Portugal.
Os projetos serão localizados nas regiões de Moura, Castelo Branco, Mogadouro, Chamusca e Viseu.
Desde a sua formação em 2010, a Lightsource desenvolveu 3,8 GW de projetos solares em todo o mundo. O objetivo agora é direcionar esse total para 25 GW de projetos desenvolvidos até 2025.
Com esse crescimento, a empresa estima criar mais de 500 novos empregos nos próximos quatro anos.
Projeto Solara4 recebe licença de exploração
Entretanto, outro projeto fotovoltaico previsto para Portugal – o projeto Solara4, da Central Fotovoltaica de Alcoutim -, recebeu a licença de exploração por parte da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).
Esta central passa a ser a maior central fotovoltaica do país e a maior central da Europa não subsidiada, com mais de 660 mil painéis instalados com uma potência unitária compreendida entre os 330 W e os 340 W, num total de 219 MW instalados e uma potência de injeção na rede limitada a 200 MVA.
Esta unidade de produção solar, situada em Martim Longo, concelho de Alcoutim, dispõe ainda de 40 postos de transformação e 125 inversores com a potência disponível de 1600 kVA e está ligada à rede elétrica de serviço público através da Subestação de Tavira, através de uma linha de serviço particular de 400 kV que liga a central à subestação.
A instalação da Central Fotovoltaica de Alcoutim, que ocupa uma área descontínua de 320 hectares, já tinha sido objeto de Avaliação de Impacto Ambiental favorável por parte da Agência Portuguesa do Ambiente.
A DGEG salienta que “este tipo de infraestruturas é essencial para Portugal alcançar o desiderato da promoção da descarbonização do setor energético e contribuí para as metas de energias renováveis previstas alcançar no PNEC 2030, representando mais de 1,3% desse esforço no que se refere à nova capacidade renovável do setor electroprodutor”.
A exploração desta central vai evitar anualmente a emissão de 177 mil toneladas de CO2 e permitirá abastecer de eletricidade o equivalente ao consumo de 200 mil casas.