Os municípios de Matosinhos, Porto e Vila Nova de Gaia, apresentam esta terça-feira o Greater Porto, entidade que pretende agregar interesses e empresas, dinamizar a economia, impulsionando a região para um novo patamar de competitividade e atratividade na captação de investimento de elevado valor acrescentado.
O Greater Porto nasce do diálogo e cooperação entre estes três municípios e tem como objetivo desenvolver oportunidades de crescimento em toda a “cadeia de valor” das atividades de promoção territorial e atração de investimento, nacional e estrangeiro, para o norte/noroeste de Portugal.
O Greater Porto estará presente, pela primeira vez, na próxima edição da Expo Real (Munique, de 4 a 6 de outubro), com um espaço de 154 metros quadrados, que revela o projeto globalmente, mas que simultaneamente, comunica a linguagem da marca de cada cidade. Será um espaço preparado para acolher diversas iniciativas, no qual se irá promover a interação entre participantes. Quinze empresas participam na exposição, contribuindo para o posicionamento internacional do Greater Porto
Ricardo Valente, vereador do pelouro da Economia, Empreendedorismo e Emprego da Câmara Municipal do Porto afirma que “o Greater Porto é uma entidade orientada para a promoção e atracão de investimento para a região, com especial foco nos mercados internacionais e para a criação de uma marca territorial forte, através de um modelo de cooperação e articulação regional que reconheça as potencialidades e obstáculos, atuando numa lógica em que a multipolaridade é uma condição essencial”.
“OGreater Porto é uma entidade orientada para a promoção e atracão de investimento para a região, com especial foco nos mercados internacionais e para a criação de uma marca territorial forte”
“Se queremos ganhar massa critica, dinamizar a economia da região e os seus fatores competitivos na atração e desenvolvimento de investimento, temos de romper com a matriz atual, desenvolver estratégicas económicas concertadas, e atuar numa ótica de articulação, numa participação conjunta, como Greater Porto”, afirma Marta Pontes, vereadora da Economia, Comércio e Turismo da Câmara Municipal de Matosinhos.
“O objetivo é criar um ambiente favorável para potenciar ao máximo os valores dos fatores competitivos da região, tornando-a um destino atrativo a uma escala global, numa interseção de sinergias. Desenvolver uma estratégia regional concertada, através do estabelecimento de uma rede de agentes internacionais com presença física em países/regiões com centros de decisão de investidores de grande dimensão em setores considerados estratégicos para a região é uma das muitas formas de promoção do Greater Porto”, afirma António Castro, administrador da Gaiurb.
A FORBES questionou três rostos que representam os três municípios neste projeto.
VILA NOVA DE GAIA | António Miguel Castro | Presidente do Conselho de Administração da Gaiurb, E.M.
Quais são as condições que pensam, em concreto, oferecer às empresas para se instalarem na região?
O Greater Porto apresenta um território e uma região com características únicas, do ponto de vista da dimensão e dos equipamentos. Com indicadores positivos de crescimento, com um conjunto de infra-estruturas em desenvolvimento – e que vão revolucionar a região – e com um índice de confiança que habilita as empresas a olharem para nós e a investir num crescimento exponencial. Oferecemos uma região que, para além do crescimento demográfico, tem um dos seus maiores activos nos jovens e no talento que pode e deve ser capitalizado para a região. Queremos construir o futuro de forma diferente, mas de melhor forma: com menos palavras e menos burocracia e muito mais focados na ação e no desenvolvimento do território. A nossa ambição é encontrar empresas que se identifiquem com esses valores e criem connosco um futuro sedutor para quem procura novos destinos de fixação e melhor qualidade de vida.
Quais os mercados internacionais que irão procurar alcançar?
O que queremos realmente alcançar é a possibilidade de colocar em marcha uma nova estratégia de consolidação de investimento, perante um conjunto de crises que nos tem abalado e ao qual queremos responder com uma vontade de afirmar que somos uma região empreendedora. Esta demonstração de união entre três municípios para promoção do Grande Porto é a evidência de que não esperamos pelos mercados para agir estrategicamente, pois somos nós que os procuramos de forma activa, assim como estimulamos a construção conjunta de um novo território, mais sustentável, mais consciente da necessidade de trabalhar num equilíbrio ecológico, ambiental, financeiro e social.
Só assim teremos futuro e, por isso, procuramos mercados que se identifiquem com o crescimento sustentável, seja no turismo, na indústria, na logística, na saúde, na educação ou na tecnologia. Enquanto entidade pública seremos parte da solução, mas precisamos também da energia e do conhecimento dos investidores internacionais para que este processo de (re) construção de locais constitua uma realidade em que as próximas gerações têm mais oportunidades.
MATOSINHOS | Marta Pontes | Vereadora do Turismo e Actividades Económicas
Que tipo de empresas pensam que poderão implantar-se na região?
Matosinhos é um território com potencial para receber empresas apresentando soluções para inúmeras áreas de negócio.
O município apresenta características únicas, infraestruturas como o segundo maior porto de mar, Porto de Leixões, o Aeroporto Internacional do Porto, o acesso a autoestradas que nos ligam a todo o país e a uma parte considerável de Espanha, ou o facto de sermos a primeira Zona Livre tecnológica e estarmos totalmente cobertos pela rede 5G, fazem com que Matosinhos seja especialmente interessante para empresas ligadas à economia do mar, energias renováveis, mobilidade, empresas exportadoras e empresas ligadas às novas tecnologias. Temos também um interesse especial em empresas de indústrias ligadas à nossa história e tradição, como as conserveiras e de transformação alimentar ou em áreas em que Matosinhos assume uma posição de destaque no panorama nacional e internacional, como as ligadas à arquitetura.
Acreditamos que o perfil da cidade, o seu lifestyle e a qualidade de vida que oferece, foram fatores determinantes para fixar empresas como o BNP Paribas, a Xing, a Revolut, a FedEX, a Cofco, a Vestas, a Oracle, entre tantas outras, é certamente um local a considerar para fixar o talento e para estrategicamente desenvolver negócios.
O tecido empresarial da região é bastante diversificado e acreditamos que pelas condições privilegiadas que temos, o potencial para instalar com sucesso uma grande diversidade de empresas é enorme.
A participação na ExpoReal é mais um passo na nossa estratégia de atração de investimento e capital estrangeiro, ganhando escala, partilhando custos e posicionando o território de forma a competir com as grandes cidades europeias.
O projeto pode alargar-se a mais municípios na região envolvente ao Porto?
O projeto iniciou-se com Matosinhos, Porto e Gaia dado partilharmos uma larga história em comum, nomeadamente como frente Atlântica, mas no futuro poderá vir a ser o que quisermos. O “Greater Porto” nasce porque percebemos que a região tem potencial e massa critica para se posicionar ao nível das grandes cidades europeias. Desta forma podemos competir diretamente ao nível internacional com cidades como Barcelona ou Paris. Se uma empresa como a FedEx se instala em Matosinhos, provavelmente as pessoas vão residir, estudar, desfrutar da cultura e do lifestyle da região envolvente e isso é o que efetivamente importa e o que está na base no “Greater Porto”. Os empresários e os investidores que atualmente desenvolvem projetos nos vários municípios, desde o primeiro momento realçaram a necessidade da região ganhar escala, temos inúmeros projetos que já são referências internacionais e portanto este deve ser um posicionamento conjunto.
PORTO | Ricardo Valente | Vereador do Pelouro das Finanças, Atividades Económicas e Fiscalização e Pelouro da Economia, Emprego e Empreendedorismo
Quinze empresas irão participar na exposição Expo Real, em Munique. Quais são essas empresas?
- Civilria (https://www.civilria.pt)
- GeoInvestimentos (www.geoinvestimentos.com)
- GFH & Sonae Sierra
- Horizonte
- Inovagaia (https://www.inovagaia.pt/pt/)
- Emerge (https://www.mota-engil.com/en/)
- Predibisa (https://www.predibisa.com)
- Qualiv (https://www.qualive.co)
- VPM
- Antas da Cunha (https://adcecija.pt)
- Avenue (https://www.avenue.pt/pt/projetos/5-porto/)
- B.Prime (https://bprime.pt)
- Castro Group (https://castro-group.pt)
- CCSM (www.chavenova.com)
Qual o valor que esta campanha Greater Porto tem para investir por ano?
O Greater Porto pretende desenvolver negócio em toda a “cadeia de valor” das atividades de promoção territorial e atração de investimento, nacional e estrangeiro, para o Norte/Noroeste de Portugal. Acima de tudo o Greater Porto pretende captar investimento de natureza estratégica e sustentável, adequada à especialização produtiva e com um maior potencial de crescimento a longo prazo. A presença deste projeto pioneiro em Portugal no estrangeiro será pensada de forma estratégica e caso a caso, sempre em estreita colaboração com o tecido empresarial da região e para maximizar a eficácia dos investimentos. O orçamento é partilhado pelos três municípios e tem um valor que é o valor normal da presença nestas feiras internacionais.