O presidente do Banco Africano de Exportações e Importações (Afreximbank), Benedict Oramah, defendeu nesta quinta edição do Fórum Eurafican que “ninguém entende melhor África do que a Europa”, mas avisou que os europeus não devem olhar para o continente africano apenas quando precisam. A relação entre os dois continentes, na visão de Benedict Oramah, deve caminhar numa ótica de potenciar o desenvolvimento económico entre os dois parceiros.
O presidente do Afreximbank foi perentório em deixar o alerta às empresas do Velho Continente: “Se os europeus não forem investir, os chineses vão para África investir”.
No painel subordinado ao tema ‘The new geopolitical and geostrategic map’, o banqueiro salientou que a “relação com a Europa é baseada na economia. Precisamos uns dos outros e não pode ser uma relação condescendente”. Benedict Omarah lembrou que, no terreno, está o acordo que criou a Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA) que pretende aumentar o poder de negociação e fortalecer as cadeias de valor “tornando-as mais atrativas para os investidores”. Sem esquecer que no continente africano há uma população jovem de mais de 1.2 mil milhões de pessoas e a caminhar rapidamente para os dois mil milhões, pelo que há um mercado por explorar.
Mas lamentou que África ainda não esteja a produzir dentro das fronteiras produtos tão básicos como máscaras para prevenir a transmissão da Covid-19 ou mesmo fertilizantes e alimentos para responder às necessidades das populações. Por isso, assumiu que é preciso aumentar a produção dos produtos e matérias-primas africanas.
Recorrendo à sua experiência pessoal, Benedict Omarah lamentou que “desde que nasci, sempre ouvi dizer que África tem muito potencial. Cheguei à idade adulta, e África continua a ter muito potencial, mas nunca mais vejo o potencial a transformar-se em realidade”. E rematou que a organização deste tipo de fóruns ajudará a que “o potencial de África vai, desta vez, transformar-se em realidade a sério”.